A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná está preparando projeto que visa a modernização da pecuária de corte no Estado. Além de pensar na melhoria da qualidade e no aumento da produtividade do rebanho bovino, técnicos do Sistema Seagri – entre eles os das empresas vinculadas Emater e Iapar – estudam formas de agregar valor à atividade, gerando mais renda para os pecuaristas.
Ao receber a proposta inicial, o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, lembrou que uma das metas do governo é tornar o ambiente sanitário do Estado mais adequado, como forma de conquistar novos mercados. “Temos excelentes criadores, mas animais de muitas raças e pouco volume de carne. Para que o Paraná tenha condições de entrar no mercado internacional é preciso, acima de tudo, melhorar a qualidade do rebanho”, disse Ortigara.
A proposta, segundo o secretário, é fomentar a atividade induzindo os produtores à criação de determinadas linhas genéticas, que resultem numa carne de melhor qualidade. “O Paraná não tem padrão e nem constância de carne macia”, destacou Ortigara. De acordo com ele, é isso que exige o mercado internacional, e uma raça ideal para atender a essa exigência seria a Angus, mas é preciso que ela predomine no Estado.
AÇÕES – Entre as ações propostas pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) e Departamento de Desenvolvimento Agropecuário (Deagro) estão reduzir a idade média de abate em no mínimo seis meses; ampliar a oferta de bezerros, com qualidade, produzidos no Estado e reduzir a entrada de bezerros de outros estados; estimular a reforma e recuperação das pastagens; ampliar em 12% o número de matrizes de corte; oferecer linhas de crédito suficientes para a modernização da atividade e estimular o melhoramento genético e de infraestrutura das propriedades.
Os técnicos acreditam que estas e outras ações sirvam de atrativo para que novos criadores entrem na atividade e ampliem seus rebanhos, melhorando os índices zootécnicos. As medidas também melhorariam as condições sanitárias do rebanho paranaense, contribuindo para aumentar a exportação de carne.
O presidente da Emater, Rubens Niederheitmann, concorda que a carne bovina produzida no Estado tem que ter volume e padrão. “Com definição de diretrizes técnicas determinadas é possível se chegar a esse nível de produção” afirmou. Para ele, o Paraná tem tecnologia de produção e manejo, e é preciso aproveitar melhor o clima e o solo para se criar boi a pasto. “O governo não pode mudar a realidade do mercado, mas podemos dar as diretrizes para que as cadeias produtivas se organizem”, disse Niederheitmann.
ESTRATÉGIA – Para elaboração do projeto final, a Secretaria da Agricultura pretende debater o tema com representantes de todas as cadeias produtivas do setor. A ideia é realizar seminários nas diferentes regiões do Estado, encerrando com um encontro para reunir todas as propostas consideradas viáveis.
FONTE: Agência Estadual de Notícias - Paraná
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