Agência Estado - O Brasil caminha para ter, ainda em 2010, todo o território como zona livre de febre aftosa com vacinação e para a liberação do Paraná como zona livre da doença sem a necessidade da imunização do rebanho bovino. A informação é do novo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim, empossado nessa terça-feira (25) no cargo. "É uma determinação do ministro Wagner Rossi para que o Brasil ganhe esse status sanitário ainda este ano", disse Jardim.
Segundo ele, o pleito do Paraná para ter o status máximo de controle da febre aftosa cumpriu rapidamente todos os pré-requisitos e o único entrave é o fato de o Estado fazer fronteira com o Paraguai. Jardim avaliou que no caso de Santa Catarina, que já não imuniza o rebanho contra a doença e, por isso, pede a abertura do mercado de carnes in natura para os Estados Unidos, a questão é comercial.
De acordo com ele, o pedido catarinense feito aos norte-americanos foi incluído nas negociações para que o Brasil suspenda a retaliação anunciada aos Estados Unidos, condenado pela OMC pelos subsídios dados aos produtores locais de algodão. Para o novo secretário de Defesa Agropecuária, a abertura dos mercados norte-americano e japonês para carnes brasileiras criaria um "efeito dominó" e outros países, principalmente orientais, tomariam a mesma atitude comercial. Jardim informou que, neste sábado, uma delegação brasileira viaja ao Japão para novamente discutir a abertura do mercado, fechados por questões sanitárias.
Já a relação com países vizinhos, como o Paraguai, para o fortalecimento da defesa agropecuária, principalmente no caso da aftosa, deve ser ampliada, de acordo com Jardim. "Já temos uma parceria com Paraguai e Bolívia, que inclusive recebe vacina nossa, e vamos começar a discussão com a Venezuela", explicou. Internamente, o governo seguirá com a política de fortalecimento do Sisbov (sistema de rastreamento do gado) e de modernização do sistema de informação, como a ampliação das guias eletrônicas para o trânsito de animais.
O novo secretário de Defesa Agropecuária disse, ainda, que o governo estuda um apoio de R$ 2,5 milhões ao Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), que recentemente suspendeu as ações de vistoria e defesa contra pragas nos pomares paulistas diante do fim do convênio com o governo do Estado de São Paulo.
Jardim comentou a situação da ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar, praga detectada no fim do ano passado no País e que só não trouxe graves problemas à cultura pelo fato de a maioria das variedades cultivadas ser resistente à doença. "Já temos um defensivo liberado para o combate à doença (causada por um fungo), mas o controle passa necessariamente pela troca das variedades atingidas pela ferrugem por outras resistentes", explicou.
Por fim, o secretário elogiou o antecessor, Inácio Kroetz, disse que as prioridades durante os sete meses que deve ficar no cargo serão a modernização e investimentos em gestão da Secretaria de Defesa Agropecuária e negou influência política na escolha do seu nome. "Sou técnico de carreira há 38 anos, comandei durante os dois governos FHC e os dois do presidente Lula a Superintendência Federal de Agricultura em São Paulo e desconheço qualquer influência política", concluiu Jardim, que tem fortes ligações com o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP).
FONTE: Jornal do Comércio
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