quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Abate de bois da raça Angus vai crescer 70% em 2011

SÃO PAULO - A produção de gados certificados da raça Aberdeen Angus deve aumentar mais de 70% em 2011 no Brasil, dado principalmente a ampliação do consumo no mercadointerno e o crescente interesse da Região Centro-Oeste na produção qualificada deste animal. As projeções foram dadas pelo novo presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), Paulo de Castro Marques, que também prevê crescimento no mercado externo.
Em 2003, o volume de bovinos abatidos pelos associados da entidade não ultrapassava 20 mil cabeças, e seis anos depois os volumes atingiram mais de 80 mil cabeças. No entanto, destacou Marques, a maior conquista neste período foi a parceria com a certificadora internacional Ausmeat, atrelando credibilidade à produção brasileira, que em 2010 cresceu 70%, chegando a marca de 135 mil animais certificados abatidos. "Nós somos o único programa do Brasil a contar com o reconhecimento internacional em nosso processo de certificação. Esse reconhecimento é auditado periodicamente", disse ele.
O veterinário da instituição, Fábio Schuler Medeiros, atribuiu o crescimento ao crescimento da demanda industrial por carnes de qualidade, ao aumento da venda de sêmem de animais da raça, e à certificação de animais no centro-oeste brasileiro. "Percebemos que a demanda por carnes mais nobres tem crescido bastante nos últimos anos, tanto que a industria está demandando mais e os produtores estão comprando mais sêmem. O centro-oeste é a aposta para um crescimento ainda maior", garantiu.
Ao todo, a entidade conta com 11 unidades frigoríficas, entre elas a Marfrig e VPJ Pecuária, estabelecidas, na grande maioria, nas regiões sul e sudeste. O presidente não escondeu o otimismo em uma futura parceria com a líder de mercado JBS. "É um namoro antigo da ABA. Sempre estivemos em busca de novas parcerias e a JBS seria uma grande parceira como a Marfrig. Mas para isso acontecer ele teriam que se adaptar as nossas exigências para certificação", frisou Marques.
Marques contou que a Marfrig tem apoiado a fomentação do Angus certificado no centro-oeste e em 2009, das 1,5 milhão de doses de sêmem vendidas no País, mais de 55% foram para a região. "Temos como um dos principais desafios a missão de fortalecer a presença da raça Angus nessa região, onde predomina o gado zebuíno. Apostamos no cruzamento industrial entre Zebuínos e Angus", disse.
De janeiro até outubro deste ano a entidade acompanhou a venda de mais de 2 milhões de doses do gado Angus, e a expectativa é fechar o ano com mais de 2,5 milhões. "A conta é bem direta. Vamos trabalhar com a média de 2,5 milhões de doses vendidas, se o resultado das inseminações forem fracos, teremos mais de 1 milhão de gados nascendo, o reflexo disso deve acontecer daqui a dois anos e meio. Ai está o nosso otimismo", comemorou o veterinário da instituição.
A Associação certifica tanto gados Angus puros, quanto animais com 50% de sangue Angus, oriundos dos cruzamentos industriais. Para isso Medeiros destacou, que ambos tem o mesmo processo de certificação de qualidade e de exigência, e são muito bem aceitos no mercado interno, que consome mais de 80% da produção brasileira. "O mercado interno está muito aquecido, no ano passado o Brasil importou oito mil toneladas carne de Angus da Argentina. Mas temos total capacidade de suprir a demanda brasileira. Basta atestar a qualidade com nosso selo", afirmou Fábio Schuler Medeiros.
Já a exportação tem como maior mercado para essa carne, o leste europeu e o oriente médio. Medeiros contou que a demanda externa também está crescendo, e com ela a atenção da entidade em relação à produção e qualidade dos bovinos brasileiros.
Fomento
Hoje a entidade que agrega seis marcas comerciais, entre elas a Seara Angus, Zaffari Angus e a Best Beef Angus, pretende divulgar mais o selo de qualidade da carne, e também orientar o consumidor na hora de escolher um corte de qualidade. ", Hoje pelo nível de abate que temos no Brasil, e o número de plantas já garante que comecemos a campanha ao consumidor, para aumentar a demanda pelo corte bovino de qualidade", contou Medeiros.

FONTE: DCI

Nenhum comentário: