quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mesmo com oferta curta, preços apresentam forte oscilação durante a semana

Nesta semana os compradores seguiram tentando impor novos recuos no preço da arroba, tentando repassar a pressão exercida pelo mercado da carne principalmente pelo varejo. Do outro lado os pecuaristas não aceitam fortes reajustes e muitos reduziram o ritmo de negócios na tentativa de conseguirem preços melhores, dessa maneira a oferta segue sem grandes alterações.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo



Assim, entre altas e baixas e forte oscilação, o indicador Esalq/BM&FBovespa registrou leve variação positiva durante a semana (0,10%), sendo cotado a R$ 104,05/@ na última quarta-feira. O indicador a prazo foi cotado a R$ 104,17/@, apresentando retração de 0,74% em relação à semana passada. Na comparação com a cotação do dia 8 de novembro - um mês atrás, a desvalorização acumulada chega a 11,64%.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&FBovespa, relação de troca, câmbio


Segundo o Cepea, as cotações do boi não têm seguido um movimento definido neste início de dezembro e os preços variam de acordo com a entrada e a saída de compradores do mercado. "A oferta de animais prontos para abate ainda está bastante restrita, e, de modo geral, muitos negócios ocorrem apenas quando há urgência", completam os pesquisadores do Cepea.
Diogo Castilho, postou no Twitter que acredita que os preços devem subir mais na 2ª quinzena do mês. "O mercado da carne segue mais enxuto e procurado, reflexo de escalas furadas e abate muito abaixo da capacidade dos frigoríficos. A realidade do boi começa aparecer, escalas encurtando em várias praças e preços com leve alta em praticamente todos os Estados. Pipocam negócios a R$102,00 à vista e R$105,00 no prazo em SP, e começam pipocar negócios de R$95,00/@ no MS novamente".
"Confirmados negócios em SP entre R$ 102,00 e R$ 104,00, à vista, físico firmando e escala encurtando. Oferta reduzida! Carne subindo hoje também, boi casado a R$ 6,20", comentou Leticia Valle, broker de contratos futuros da BM&F da ICAP Corretora de Valores.
O leitor do BeefPoint, Ricardo Heise, de Goiânia/GO, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que "o pecuarista ainda está relutando para entregar bois nos preços praticados em GO, que giraram em torno de R$ 90,00 e R$ 92,00 à vista, com escalas para segunda-feira".
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
Diferente do que aconteceu com o indicador de boi gordo, no mercado futuro observamos forte valorização durante a semana passada. O primeiro vencimento, dezembro/10, fechou o pregão da última quarta-feira valendo R$ 100,86/@, com variação positiva de R$ 4,15 na semana. Os contratos que vencem em janeiro/11 acumularam alta de R$ 3,56, fechando a R$ 96,01/@ no pregão de ontem.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 01/11/10 e 08/12/10


Segundo o Boletim Intercarnes, nesta semana o atacado da carne bovina se mostrou com ofertas mais reduzidas. Por outro lado a procura vai se acentuando dentro do esperado, tornando os preços mais firme e definindo-se em alta. A tendência para os próximos dias é que os preços da carne bovina se mantenham firmes, já que o mercado naão apresenta volumes de ofertas excedentes, como observado semana anterior e tendendo a preços mais ajustados e em alta.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 8,50, o dianteiro a R$ 4,60 e a ponta de agulha a R$ 4,70. Assim o equivalente físico foi calculado em R$ 97,28/@ na última quarta-feira, acumulando alta de 2,40%. O spread (diferença) entre indicador e equivalente recuou para R$ 6,78/@.
Tabela 2. Atacado da carne bovina



Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico



Apesar da valorização observada na semana passada, nos últimos 30 dias o equivalente registrou uma queda acumulada de 13,24%. Para o pesquisador do Cepea, Sérgio De Zen, a queda será repassada ao varejo de forma gradativa. "Essa transmissão será bem lenta, de R$ 1 ou R$2, dependendo do corte."
Segundo De Zen, a redução de preços no atacado reflete a situação observada no varejo nos últimos dias, quando sobrou carne nos supermercados. "É de conhecimento geral que houve uma sobra de carne no varejo. Sobraram carnes bovinas, de frango e suína, o que significa que o preço bateu no limite de alta. Isso reflete a resistência do consumidor", explica. Apesar disso, ele completa que o consumidor não deve esperar grandes reduções de preços em 2011 e a expectativa é a de que o preço da arroba no ano que vem se mantenha em níveis mais elevados que os de 2010.
Reposição
Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista recuou 3,72% na semana, sendo cotado a R$ 699,79/cabeça, na última quarta-feira.
Diante desta retração, a relação de troca melhorou sendo calculada em 1:2,45. A margem bruta na reposição também melhorou sendo calculada em R$ 1017,04, uma alta de 2,90% em relação ao valor apurado na semana passada e 64,12% maior do que o registrado no mesmo período de 2009. Vale lembra que este indicador representa o valor que sobra da operação de venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro desmamado e que será usado para investimentos, pagamento de contas e salários e lucro.

FONTE: ANDRÉ CAMARGO/ BEEFPOINT

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