Para quem cria o gado de forma extensiva, uma das técnicas indicadas pelopesquisador de plantas forrageiras da Embrapa Pecuária Sul, Naylor Bastiani Perez, é o plantio direto de forrageiras em campo nativo. Ele explica que, quanto melhor a qualidade das plantas, menos tempo ficam no trato digestivo. Além disso, o adubo usado no cultivo dessa pastagem também contribui para melhorar o pasto nativo. "Menos gás por unidade alimentar ingerida resulta em ganho de peso mais rápido."
A técnica também contribui para a fixação de dióxido de carbono (CO2) no solo, já que o campo degradado perde fertilidade e emite mais metano. "O crescimento precisa ser proporcional acima e abaixo do solo. Quanto mais raiz, mais retém o dióxido de carbono", esclarece o pesquisador de nutrição da Embrapa Gado de Corte, Sérgio Raposo de Medeiros.
A técnica é adotada pelo veterinário Paulo Ene, de Rio Pardo, há 20 anos, na Cabanha Santa Flora, especializada na criação de reprodutores Polled Hereford. A alternativa serve para manter o processo de engorda dos animais durante o inverno. Da área de 150 hectares (maior parte em várzea) destinada à criação de gado, ele reserva 25 ha (em coxilha) para a implantação de forrageiras, azevém e aveia preta direto sobre pasto nativo. Assim, há disponibilidade de pasto durante dez meses do ano. Nos restantes, a forragem cresce, mas a várzea ainda pode ser usada. Se optasse pelo sistema convencional de pastagem de verão (milheto) e de inverno (azevém, aveia) só teria oito meses de pasto.
FONTE: CORREIO DO POVO
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