quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Desconfiança derruba ações da Marfrig em dia de alta da Bolsa

São Paulo - O frigorífico Marfrig teve a maior queda da bolsa ontem, em um dia de forte alta para os mercados em todo o mundo. Os papéis caíram para R$ 8,22, uma desvalorização de 8,76%. É a primeira queda em cinco dias. O Ibovespa fechou em alta de 2,85%, a 56.874 pontos.

O desempenho também destoa do das outras empresas do setor. O JBS avançou 4,75%, e a Brasil Foods 2,61%. Segundo a agência Exame, a desvalorização pode estar ligada aos questionamentos sobre a consistência do balanço da empresa.

"A queda pode estar relacionada às dúvidas", afirma um analista de uma corretora internacional que pediu para não ser identificado. Um operador de uma das maiores corretoras do país, que também preferiu não ter o seu nome divulgado, disse que "o mercado está discutindo essas dúvidas no balanço".

Ele destacou também um possível efeito da saída da ação do índice MSCI Brasil, que passa a ser efetiva a partir de amanhã. "Alguns fundos passivos podem estar se ajustando, mas outros papéis como a Gafisa e a B2W, que também vão deixar o benchmark, estão subindo", diz. Gafisa subiu 2,28% e a B2W 0,99%.

A Empiricus Research, que lançou as dúvidas sobre o balanço da Marfrig, publicou ontem mais um questionamento e prometeu outros cinco para os próximos dias. Após receber o comunicado que a KPMG, auditora da empresa, não iria se pronunciar, enviou os questionamentos para o auditor líder da empresa no Brasil, Charles Krieck, com as mesmas dúvidas direcionadas ao Marfrig.

A casa de análise publicou ontem um relatório em inglês endereçado aos seus clientes estrangeiros. "Prometemos realizar mais cinco adendos, todos para a KPMG, até que tenhamos uma resposta", disse o sócio fundador da Empiricus Research, Marcos Elias, que lidera uma equipe de analistas comandada por Rodolfo Amstalden.

Vanguarda em crise

A relação entre os sócios da Vanguarda Agro azedou de vez. Os representantes da Veremonte, holding do espanhol Enrique Bañuelos que detém 22% da empresa, se afastaram ontem da administração e do conselho de administração da Vanguarda por discordarem da posição de outros dois sócios que possuem participações importantes na empresa, Otaviano Piveta e Hélio Seibel.

Em reunião na manhã de ontem, Marcelo Paracchini, presidente da Veremonte, deixou a presidência do conselho da Vanguarda. Antônio Romanoski, que também representava a Veremonte no conselho da companhia, acompanhou Paracchini. Além deles, Sérgio Malacrida, diretor financeiro, e Fábio Tsubouchi, diretor de relações com investidores, ambos ligados à Veremonte, também entregaram seus cargos.
FONTE: DCI

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