segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Valorização do bezerro não segue a velocidade do boi

Momento atual traz equilíbrio ao mercado com melhor equalização na relação de troca bovina

Os preços não caíram, mas também não houve movimento indicando evolução na cotação do bezerro após a valorização da arroba do boi gordo, que esta semana rompeu a casa de R$ 100 no mercado futuro, para contratos em novembro, dezembro e janeiro, atingindo cotações de R$ 106,71/arroba, R$ 105,94 e R$ 100,90, respectivamente.
De acordo com a Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), enquanto a cotação do boi gordo registrou valorização extraordinária nos últimos 90 dias, passando de R$ 75 para R$ 95/arroba esta semana no mercado físico (incremento de 26,66%), os preços do bezerro de sete meses (desmame) se estabilizaram em R$ 650/cabeça.
“A situação atual mostra que tivemos na verdade um aumento da relação de troca de bezerro para boi gordo, que historicamente sempre esteve na casa de dois por um. Com a alta nos preços da arroba e a estabilização dos animais para cria e engorda, hoje precisamos de 2,48 bezerros para comprar um boi de 17 arrobas, que está sendo vendido ao preço de R$ 1,61 mil, se considerarmos a cotação de R$ 95/arroba em algumas regiões do Estado”, explicou o vice-presidente da Acrimat, José João Bernardes.
Alguns fatores, segundo ele, concorreram para que os preços do bezerro se estabilizassem. “Esta é uma época de pouca comercialização de bezerros. Além disso, estamos saindo de uma estiagem prolongada e período de queimadas, quando os animais se enfraqueceram devido à falta de pasto”. A melhor época para comercialização de bezerros é o mês de maio, após a etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa.
“Provavelmente, teremos uma valorização do bezerro e a redução da relação de oferta com o boi gordo”, prevê Bernardes.

REPOSIÇÃO - No ano, o mercado do gado de reposição vem acompanhando, pelo menos em parte, a valorização do preço da arroba do boi gordo em Mato Grosso. Na relação entre a novilha (18 meses) e o garrote (18 meses), a novilha foi a que apresentou maior valorização. Com uma média mensal de R$ 628,50/cabeça, o preço da novilha se valorizou em 3,75% em relação à média do mês de setembro e 20,31% em relação a janeiro deste ano.
O garrote, com um preço médio de R$ 818,41/cabeça, apresentou incremento de 3,12% em comparação a setembro e de 17,58% em relação a janeiro de 2010. Nesse contexto, segundo avaliação do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização do gado de reposição segue firme, sendo o garrote comercializado com maior preço médio em R$ 900/cabeça na região nordeste e a novilha por uma média de R$ 750/cabeça, na região norte.

FUTURO - Como era de se esperar, o contrato para primeiro vencimento, impulsionado por altas seguidas no mercado físico, rompeu a barreira dos R$ 100/arroba logo no início da semana e atingiu a cotação de R$ 105,94/arroba na sexta-feira da semana passada. No comparativo semanal, a variação foi de 6,4%.
De acordo com os analistas, o mercado já rompeu todas as resistências dos contratos há semanas e caminha em intensa valorização, demonstrando uma tendência bem definida. O spread (diferença entre o preço de compra – procura - e venda – oferta -) com o mercado disponível ficou em R$ 1,01/arroba, respeitando seu movimento natural de aproximação com o físico, uma vez que sua liquidação ocorre na semana que vem. Portanto, o mercado segue firme embasado em escalas curtas, não alterando assim os movimentos vistos nas semanas passadas.
Para os pecuaristas, a valorização do bezerro é necessária para dar sustentação de preço ao invernista face aos altos custos de produção da pecuária.

FONTE: DIÁRIO DE CUIABÁ

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