A carne bovina, que já está com seus preços mais altos da história, "continuará e ficará ainda mais cara nos próximos anos para o consumidor". A previsão é do diretor consultivo do Fórum Mundial da Agricultura (WAF), Osler Desouzart, que esteve ontem em Cuiabá para proferir uma palestra sobre a "Evolução na produção de carnes", na sede da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).
Ele afirmou que em um futuro próximo a carne se tornará um "artigo de luxo" nos supermercados e restaurantes. "Quem for a uma churrascaria, provavelmente, será perguntado pelo garçom se é um burguês, uma pessoa da alta sociedade", brincou Desouzart, para mostrar que os preços da carne vão ser um "divisor de águas" entre as pessoas em determinados ambientes. Em uma enquete realizada ontem pelo Diário de Cuiabá junto a três grandes redes de supermercados, a média encontrada para o preço da alcatra foi de R$ 18,99 e, para a picanha, R$ 24,90. Já o filé mignon, corte bovino mais nobre, chegou a ter seu preço cotado por até R$ 33.
Fazendo uma projeção sobre o mercado de carnes, Osler Desouzart afirmou que a produção mundial aumentará cerca de 70% até o ano 2050. "A demanda continuará elevada até lá, mas não vai faltar comida. A nossa dúvida é se até 2075 a produção mundial dará conta de atender ao consumo".
Ele diz que o principal entrave para a continuidade da produção em um ritmo acelerado e capaz de acompanhar a demanda é a exaustão de recursos naturais e suprimento alimentar como água e proteína vegetal para suprir o rebanho.
Especialista em marketing internacional de carnes, Desouzart prevê o avanço das exportações brasileiras nos próximos cinco anos, que deverá passar de 27% para 35% para fazer frente à retomada da demanda dos Estados Unidos e países europeus, que ocorrerá em um prazo de dois anos.
Desouzart diz que a pecuária "terá que se tecnificar" para enfrentar o mercado globalizado. "Hoje não existe mais produtor rural, mas unidades empresariais que trabalham organizadamente para atender às necessidades de consumo da nação, por isso é importante o produtor estar sempre evoluindo e utilizando novas tecnologias em seu rebanho".
"O Brasil é um grande produtor, com condições de dar a resposta que o mercado busca porque o custo mais baixo de produção dá competitividade à carne produzida no país", afirma o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Antenor Nogueira.
FONTE: Diário de Cuiabá, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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