Estimou-se aumento de 15%, para 2012, para o uso da técnica no Brasil. Os produtores, porém, têm perspectivas contrárias, sem crescimento previsto para este ano
Por: Bruno Cirillo
São Paulo
“Nos próximos anos, o Mato Grosso deve se consolidar como o maior confinador do País”, afirma o superintendente da Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, realçando a importância do estado para a produção (em confinamento ou não) nacional. Afinal, os mato-grossenses são responsáveis pelos maiores volumes de grãos e carnes produzidos em território nacional.
“Boitéis”
Um indicativo dessa tendência é que a região médio-norte do estado, onde mais se produz soja, apresentou o maior crescimento (72%) do uso do confinamento no ano passado, quando 176 mil cabeças de boi foram produzidas de forma intensiva.
“Mesmo com toda a pressão no preço dos grãos, ainda vamos ver, este ano, um aumento do confinamento forçado”, acredita Ferreira, explicando que produtores de bovinos, com falta de pasto, recorrem ao arrendamento de confinamentos para suportar a produção. Isso também ajuda a explicar a criação dos “boitéis”.
O boi confinado gera custos diários de R$ 4,50 — contra R$ 10 mensais no pasto —, segundo cálculos do especialista.
Vegetativo
A longo prazo, com a entrada do ciclo de alta do preço do boi, o confinamento pode atrair os pecuaristas e servir de alavanca para a produtividade. “O confinamento tem que ser encarado como um negócio”, observa Vacari. “E ninguém entra em um negócio para perder dinheiro”. Segundo o representante da Acrimat, “a conta, neste ano, não fecha”.
Para Ferreira, o emprego da tecnologia deve ter crescimento vegetativo, no Mato Grosso, durante a maior parte deste ano. “Mas as perspectivas de preço são boas para o segundo semestre, o que certamente estimulará o confinamento”, observa.
Todavia, em sua análise, o uso da técnica deve crescer “um pouco menos do que no ano passado, tendo um leve incremento”. Os frigoríficos, entrando “forte” com confinamentos próprios no mercado, intimidam os criadores, segundo Ferreira. “O sentimento é de que manteremos o mesmo nível do ano passado, de 763 mil [bois confinados]”, prevê o gestor do Imea.
Tecnologia
Contudo, a técnica é benquista. “É uma ferramenta interessante. O pecuarista tem que fazer uso dela, se possível”, observa Vacari. Nos Estados Unidos, uma parcela superior a 90% da produção é feita com base no confinamento, enquanto no Brasil esse número não chega a 1% do volume total.
O superintendente da Acrimat é entusiasta do modelo. “Mas, hoje, [empregá-lo] pode ser um risco desnecessário para o pecuarista”, reconhece.
FONTE: PANORAMA BRASIL
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