quarta-feira, 28 de julho de 2010

BOI GORDO – Leonardo Alencar

Do pessimismo ao otimismo
A baixa oferta de gado deu o tom do mercado desde o início do ano. No saldo acumulado o boi gordo subiu 10,8% entre janeiro e julho e registrou ontem (27/07) o preço máximo do ano em R$ 85,20/@. A carne bovina também está no positivo, com alta de 9,8% desde o início do ano.
A retração na oferta deve-se a inúmeros fatores, como boas condições climáticas em 2009 que possibilitaram a antecipação do boi da safra deste ano, retomada lenta dos investimentos na produção pecuária por conta da crise em 2008 e queda nos preços no 2º semestre de 2008 e 2009, que desestimulou muitos pecuaristas a confinarem bois este ano. Com isso, a oferta ficou abaixo do esperado no período de safra e segue restrita neste começo de entressafra.
A demanda, cuja recuperação era esperada desde 2009, mas apenas deu sinais sólidos este ano, é outro fator de sustentação para o mercado. No comparativo entre 2009 e 2010, a carne registra uma alta superior à observada para o boi gordo e com isso a diferença entre @ do boi e @ da carne estreitou para 6,5% em 2010, enquanto a média de 2009 era 7,2% e em 2008 de 12,1%. Isso significa que a margem da indústria melhorou.
O ritmo de recuperação das exportações tem surpreendido o mercado. A receita média entre janeiro e junho de 2010 ficou 35,5% acima do observado no mesmo período de 2009, enquanto o volume reagiu 7,0% e o preço médio subiu 26,6%. A alta no preço médio compensou a queda de 7,7% no câmbio entre jun/09 e jun/10.
O mercado refletiu essa melhora no cenário e a diferença entre o indicador Esalq e o contrato de outubro na BM&F chegou em 3,05% ontem. Ainda há espaço de alta, mas excesso de otimismo é tão perigoso quanto excesso de pessimismo e a procura por hedge já voltou a crescer.

FONTE: www.agroblog.com.br

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