O custo operacional efetivo da pecuária de corte em Mato Grosso no primeiro semestre foi de R$ 72 por arroba. O valor, que reflete a média dos gastos nos três principais sistemas de produção (ciclo completo, cria e engorda), subiu 7,9% em relação aos R$ 65,84 registrados ao longo do ano passado. A alta do custo foi inferior ao aumento do preço do boi gordo, que passou da média de R$ 77,13 no ano passado para R$ 90,01 nos primeiros seis meses deste ano. Os cálculos são do Instituto Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária (Imea), vinculado à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
O economista Daniel Latorraca Ferreira, analista de bovinocultura do Imea, explica que o aumento das despesas com renovação de pastagens foi o principal fator responsável pela alta dos custos de produção da pecuária de corte em Mato Grosso. Segundo ele, o investimento na renovação dos pastos, que vinha em expansão desde 2008, em função da recuperação dos preços do boi gordo, acelerou neste ano por causa da "morte das pastagens", provocada pela forte estiagem que assolou o Estado no ano passado. O Imea estima que foram perdidos 2,23 milhões de hectares de pastos, que correspondem a 8,6% da área de pastagens existente em Mato Grosso.
Pelas contas do Imea, as despesas com renovação de pastagens aumentaram 30,7% no caso dos criadores que fazem o ciclo completo, que vai desde o nascimento do bezerro até a venda do animal pronto para abate. A maior alta foi no preços das sementes, principalmente brachiaria brizantha, que dobraram em relação ao ano passado. Daniel Latorraca atribui a elevação dos preços da brachiaria brizantha ao forte crescimento da demanda. Ele observa que outros custos como assistência técnica, animais de reposição e alguns dos insumos pecuários também embarcaram na valorização do boi gordo.
Fonte: Agência Estado
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