A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) disse na sexta-feira que pedirá ao governo que recorra à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as restrições da União Europeia à carne bovina brasileira, que geram prejuízos anuais de US$ 600 milhões para os produtores.
Se o governo atender ao pedido, o que parece provável, será um novo episódio de "ativismo comercial" por parte do Brasil, que nos últimos anos já obteve decisões favoráveis da OMC contra os subsídios ao açúcar da Europa e ao algodão dos EUA.
Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec, disse que o setor está "de acordo e unido" em torno da causa, e que grandes frigoríficos como o JBS e o Marfrig, em geral rivais, anunciaram apoio ao plano da Abiec para contestar as restrições europeias.
"Chegou a um ponto em que não temos realmente nada mais a perder," disse Camardelli no seu escritório, onde mostrou um gráfico indicando um forte declínio nas exportações de carne do Brasil para a União Europeia desde 2006.
"O Itamaraty disse que acha a chance de sucesso do nosso caso favorável. Estamos na revisão final da proposta dos advogados para escolher uma abordagem que tenha mais chances de dar certo, e em 60 dias deveremos iniciar os procedimentos para a abertura de um painel na OMC."
O Itamaraty não respondeu às ligações para comentar o assunto. Mas o governo geralmente decide apoiar casos que contam com o apoio dos grupos setoriais, os quais arcam com os multimilionários gastos do processo - como já aconteceu no caso do açúcar e do algodão.
Se os países envolvidos em disputas comerciais na OMC não chegam a um acordo por conta própria, uma arbitragem formal é iniciada por meio da abertura de um chamado Painel de Controvérsias, que estabelece uma sentença com base em provas apresentadas por ambas as partes, e que a OMC tende a seguir em sua decisão final sobre a contestação.
FONTE:Reuters News
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