Gustavo Silva Camarotti, engenheiro agrônomo e consultor da Bigma Consultoria gustavo@bigma.com.br Reprodução permitida desde que citada a fonte |
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 130,2 mil toneladas de equivalente carcaça (tec) em junho, um aumento de 11,99% em relação ao volume exportado em maio. O faturamento aumentou 8,9%, evidenciando queda de 2,78% no preço médio da carne bovina exportada. Os dados consideram todos os destinos. Em faturamento, o primeiro semestre foi o melhor dos últimos 12 anos. De janeiro a junho as exportações totalizaram aproximadamente US$ 2,45 bilhões, alta de 9,5% em relação ao mesmo período de 2010. O volume, no entanto, aparece na oitava posição em comparação nos últimos anos, como podemos observar na tabela 1. Tabela 1. Evolução das exportações brasileiras de carne bovina, em faturamento (bilhões de US$) e volume (mil tec), no primeiro semestre de 2000 a 2011 Fonte: MDIC/SECEX/Bigma Consultoria Grande parte deste sucesso das exportações de carne bovina é atribuída à Rússia, já que é o principal mercado importador da carne bovina brasileira. E em junho, quando começou o embargo, até mesmo a Rússia aumentou as compras de carne brasileira. De 2007 a junho de 2011, a Rússia importou, na média, 25,3% do volume total exportado pelos frigoríficos brasileiros. Em 2011, até o momento, 27,1% do volume exportado teve a Rússia como destino. Vale ressaltar que a Rússia é o principal mercado, pois absorve aproximadamente 1/4 dos embarques brasileiros de carne bovina, principalmente de carne desossada congelada. Mesmo com outros mercados, que apesar do baixo volume importado, são tão atrativos para o Brasil quanto à Rússia, a notícia do embargo, no início de junho, a algumas plantas frigoríficas que exportam para aquele país, assustou o mercado interno. Dos 85 frigoríficos embargados pelo governo russo, 24 são de bovinos. Ainda sobraram 44 unidades habilitadas a exportar para aquele país. A restrição do governo russo à carne brasileira iniciou no dia 15 de junho. A princípio, as exportações de carne bovina não foram afetadas. Em junho foram embarcadas à Rússia 35,4 mil toneladas de equivalente carcaça, que resultou em um faturamento de US$ 122,6 milhões. Comparado ao mês de maio, houve aumento de 48,27% no volume e de 43,98% no faturamento. O volume de junho foi 10,6% acima da média mensal de 2011. Em outras palavras, no mês do embargo, as exportações de carne bovina para a Rússia até aumentaram em 2011. Ainda assim, vale ressaltar que as vendas para a Rússia caíram nos últimos anos e aparentemente vinha se recuperando em 2011. Observe nas figuras 1 e 2 o comportamento das vendas de carne bovina nos últimos 5 anos, em volume.. Figura 1. Volume de carne bovina exportado para Rússia, em mil toneladas equivalente carcaça, nos últimos 5 anos. Fonte: SECEX / MDIC / Bigma Consultoria *Período de janeiro a junho Figura 2. Volume de carne bovina exportado para Rússia, em mil toneladas equivalente carcaça, no primeiro semestre de cada ano, entre 2007 e 2011. Fonte: SECEX / MDIC / Bigma Consultoria Comparando o primeiro semestre de 2011 com o do ano anterior, o volume embarcado para a Rússia aumentou 6,8%. Em julho teremos uma conclusão mais exata do impacto do embargo russo às exportações brasileiras. Até o momento, no caso da carne bovina, parece que os embarques não serão afetados e devem continuar recuperando os volumes que eram exportados anos atrás. |
FONTE: BIGMA CONSULTORIA |
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Mesmo com embargo russo, exportações aumentaram
Postado por
Eduardo Lund / Lund Negócios
às
10:49
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