Kátia Abreu ressaltou que 90% das reservas cambiais responsáveis por manter a economia equilibrada e longe da crise vieram das exportações do Agronegócio. "O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de aves, mesmo viando ao exterior apenas 19% da nossa produção, e seguimos abrindo novos mercados devido a nossa mobilidade no sistema de produção e capacidade de atender as exigências dos compradores", comentou.
"Só tenho preocupação com a concentração dos clientes, poi isso pode nos deixar fragilizados no caso de algum embargo. É a situação que os exportadores de de carne bovina estão vivendo hoje, pois quase metade da nossa produção vai apenas para a Rússia e Irã".
Apresentando dados sobre a distribuição do rebanho brasileiro a senadora frisou a pecuária brasileira tem condições de aumentar a lotação e a produção de carne. "Tecnologia e conhecimento nós temos. Nos falta crédito e políticas agrícolas condizentes com a atividade". Para ela o problema da fome não é um problema da agropecuária, mas sim da ausência de renda.
"Hoje a arroba está em patamares elevados, mas isso ainda não possibilitou a recuperação das crises que enfrentamos nos últimos 15 anos. Estamos apenas nos recuperando, ainda não estamos ganhando dinheiro", completou.
Citando o aumento da demanda, Kátia Abreu lembrou a todos os presentes no Congresso, que em 2015, mais de 50% da população mundial estará vivendo nas cidades e em 2050 essa população irá representar 80% da população mundial. " Isso vai aumentar a demanda, a exigência, a diversificação do consumo e a necessidade de pensar em fornecer facilidades para o consumidor".
Entrando no tema da reforma agrária, a palestrante afirmou que o que gera desenvolvimento é o mercado. "Ele sim é o responsável pelo desenvolvimento das regiões de forma natural e esse desenvolvimento acontece com adoção de tecnologia e aumento da produtividade".
Apesar do crescimento das exportações nos últimos 10 anos, Kátia Abreu frisou: "temos que agradecer todos os dias ao povo brasileiro que é o responsável pelo consumo dos produtos do Agronegócio".
Desde o início do Plano Real 25 milhões de brasileiros saíram da pobreza. A renda dos 20% mais pobres aumentou 50% e a dos 20% mais ricos cresceu 8,8% no período. Assim, o poder de compra da classe C ficou maior que o das classes A e B.
Para a senadora, a manutenção da política econômica foi a grande responsável por essa melhor distribuição de renda. "A inflação é o pior inimigo da renda do consumidor".
"A população investe primeiro em alimento quando começa a ganhar mais. Após promover o aumento da renda é preciso fazer propaganda de nossos produtos, visando aumento do consumo interno. "Isso deve ser orquestrado pela indústria, junto as cadeias de supermercados".
Kátia Abreu finalizou sua apresentação afirmando: "estamos lutando para manter o volume de comida que estamos produzindo hoje no Brasil. Temos área para plantar e tecnologia para aumentar a produtividade".
FONTE: CONGRESSO INTERNACIONAL DA CARNE / BEEFPOINT
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