Ao terminar na semana passada o prazo legal para identificar os bovinos adultos, o Uruguai se transformou no primeiro e único país do mundo com todo o seu rebanho rastreado e registrado. A partir de agora, somente serão identificados os bezerros nascidos a cada ano.
Depois de ter recebido até 1.000 pedidos diários, desde quarta-feira não restavam mais identificadores para o rebanho no correio a serem enviados aos criadores. O prazo estabelecido por lei para registrar cerca de 3 milhões de bovinos adultos - os bezerros são identificados em cada estação de cria - venceu na semana passada e como os produtores deixaram para a última hora para solicitar os identificadores e enviar a informação ao Sistema de Identificação e Registro Animal (SIRA), ainda faltam muitos formulários para serem incluídos na base de dados. "Os animais que não foram identificados até 30 de junho de 2011 estão totalmente fora da lei", disse o diretor do SITA, Gabriel Osorio.
Estima-se todavia que há muitos formulários com os dados dos animais que já foram identificados que estão sendo enviados até a sede da Dicose para serem incorporados ao sistema. "Esse tipo de caso será contemplado. Supõe-se que aquele produtor que apresentou o documento em 30 de junho, todo o prazo seguinte corresponde ao Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) no que se refere ao transporte desse documento até a base de dados".
A rastreabilidade se transformou nesse ano em uma grande diferença para entrar com carne bovina no mercado da União Europeia (UE). No caso do Uruguai, o continente europeu é o principal nicho comercial para esse produto, porque para esse mercado são destinados os cortes de maior valor com benefícios tarifários, no marco de uma cota anual de 6.300 toneladas.
"O Uruguai é o único país do mundo com rastreabilidade bovina individual e obrigatória. Temos um sistema de rastreabilidade que está cobrindo todo o rebanho bovino do país e na região somos os únicos que vamos ter". No caso da Austrália, outro país que está bastante adiantado nessa questão, "nem todos os animais estão rastreados, porque se identificam somente os movimentos. Agora, o sistema do Uruguai é único no mundo".
Além disso, unindo os dados de rastreabilidade individual do animal com os gerados pelas "caixas negras" instaladas nos frigoríficos, pode-se rastrear cada bovino desde o bife até a fazenda e essa é outra grande vantagem do país no momento de vender carne, em um mundo onde os consumidores exigem cada dia mais segurança.
Para Osorio, ter cumprido a meta de identificar todo o estoque bovino no prazo previsto pela lei "é uma conquista de todos os setores a cadeia de carne". Segundo ele, foram distribuídos mais de 16 milhões de identificadores.
FONTE: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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