Têm novidades na área da pecuária de corte. A venda de boi gordo pelo peso vivo e pagamento à vista está ganhando a adesão crescente de parte dos produtores. Eles defendem que o peso alcançado na balança das fazendas substitua a prática que é comum no Brasil hoje: a venda pelo peso do animal morto após o abate e a limpeza da carcaça, e pagamento a prazo.
A queixa dos fazendeiros é que, nos frigoríficos, orendimento da carcaça varia conforme as empresas e há muitas oscilações no preço da arroba. Óbvio que o pagamento pelo peso vivo não é unanimidade nas fazendas, porém tem muita gente defendendo essa prática. Vai dar o que falar.
Os que são a favor exemplificam com o Rio Grande do Sul, estado que já cota o boi gordo pelo peso vivo. Uma das entidades que defendem esse método é a poderosa Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul(Acrissul). Também a Associação Nacional de Confinadores (Assocon) e a Famato de Mato Grosso.
Pecuaristas e frigoríficos apresentam seus argumentos. Segundo os primeiros, a indústria “compensa na balança ou na faca a quebra no resfriamento, estimada entre 0,5% e 2%.” Já para os frigoríficos, “o pecuarista não pesa adequadamente os animais e superestima o rendimento.”
Para Chico Maia, presidente da Acrissul, negociar pelo peso vivo é mais prático. “Além disso, é transparente e justo.” Chico entende que a prática já é usada na compra de bezerros e bois magros e também pode servir para negociar bois gordos. Já os frigoríficos alegam que a compra pelo peso vivo elevaria ainda mais seus custos operacionais.
Criadores e frigoríficos têm uma lista de argumentos a respaldar suas posições contrárias. O assunto foi capa da revista DBO e está repercutindo bastante no setor. Vem ai muitas discussões.
Sebastião Nascimento
(foto: Ernesto de Souza)
FONTE: PLANETA AGRO - GLOBO RURAL
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