Agosto foi marcado pelo tempo seco, oferta restrita e preços em alta. Como já era esperado, com a seca o volume de animais terminados a pasto é muito pequeno na maioria da regiões e a redução no número de animais confinados esperada para esse ano colaborou para que a oferta de animais para o abate seguisse restrita durante o mês passado dificultando as compras e forçando reajustes nos preços da arroba. Alguns agentes do mercado consultados pelo BeefPoint, comentam que as incertezas que rondavam o mercado do boi gordo durante o primeiro semestre e os altos preços das categorias de reposição foram os principais fatores que estimularam esta redução nas metas de confinamento e um atraso no fechamento das boiadas. As constantes altas dos últimos dias parecem ter animado alguns confinadores, como podemos notar no comentário de Eduardo Zillo Bosi, de Lençóis Paulista/SP, que informa que na sua região o mercado de reposição segue mais firme do que nunca, tendo negócios de boi magro a R$90,00/@, à vista. "A ideia é embarcar com rapidez, para que estes animais cheguem logo ao cocho e os confinamentos possam completar suas lotacões que continuam baixas", completou. Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo Durante o mês de agosto, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista acumulou alta de 7,27%, sendo cotado a R$ 92,23/@ no último dia do mês. A média mensal deste indicador, levantado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea - Esalq/USP), foi de R$ 88,99/@. No dia 31 de agosto, o indicador a prazo foi cotado a R$ 92,79/@, com variação mensal de 6,95%. No mês a média deste indicador ficou em R$ 89,77/@. No dia 26 de agosto, arroba do boi em São Paulo, com prazo de pagamento para 30 dias, foi cotada a R$ 93,05, maior valor desde 21 de outubro de 2008. Tabela 1. Principais indicadores Segundo o Cepea, "em muitas regiões, as negociações à vista continuam largamente se sobrepondo às vendas a prazo. Tem chamado a atenção também o fato de os preços à vista ter curiosamente se igualado ou mesmo superado aqueles ofertados a prazo. Isso se deve à maior urgência para preenchimento de escalas e à preferência de vendedores para recebimento à vista, quando não antecipadamente ao abate". O mercado futuro acompanhou as movimentações do indicador e todos os contratos de boi gordo negociados durante o mês de agosto também apresentaram variação positiva. O vencimento agosto/10 foi liquidado no dia 31 com média móvel de 5 dias de R$ 91,68/@. Os contratos que vencem em outubro/10 acumularam alta de 6,5% no mês passado. Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 30/07/10 e 31/08/10 O preços das categorias de reposição também apresentaram alta, porém em menor intensidade do que o observado no mercado do boi. O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 679,12/cabeça (31/08/10), acumulando variação positiva de 1,58% durante o mês de agosto. A valorização de 7,27% do indicador de boi gordo propiciou uma melhora na relação de troca que fechou o período com média mensal de 1:2,20. No dia 31 de agosto era possível comprar 2,24 bezerros com a venda de um boi gordo de 16,5@. Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista (R$/cabeça) x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros) A margem bruta na reposição - que é a diferença da venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro de reposição e será utilizada para investimentos, pagamento de contas e salários e lucro - também melhorou, ficando em R$ 842,68 no dia 31. A média mensal (agosto) deste indicador foi apurada em R$ 800,87, 12,9% acima do valor registrado em julho e 19,57% acima da média do mesmo período do ano passado (R$ 669,75). Gráfico 4. Margem bruta na reposição Os preços da carne bovina no atacado também apresentaram alta durante o mês. O equivalente físico foi calculado em R$ 89,15/@ no último dia de agosto, acumulando valorização de 7,64%. Somada à oferta restrita a alta no preço da carne deu sustentação aos reajustes nos preços do boi gordo em agosto, já que o mercado doméstico segue aquecido. Gráfico 5. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico Exportações de carne bovina in natura Em agosto, os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 95.900 toneladas de carne bovina in natura, responsáveis pela geração de uma receita de US$ 391,7 milhões. No acumulado do ano a receita registrada com as exportações do produto atingiram a marca de US$ 2,64 bilhões e o volume embarcado chegou a 684.330 toneladas, 10,93% acima do mesmo período do ano passado. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume enviado ao exterior em agosto foi 32,14% superior e a receita cresceu 52,59%. Já na comparação com o mês anterior - julho de 2010 -, temos um leve recuo (-3,95%) na receita apurada e uma retração de 5,70% no volume de carne bovina in natura exportada, segundo os dados do MDIC. Gráfico 6. Exportações brasileiras de carne bovina in natura Tabela 2. Exportações brasileiras de carne bovina in natura |
FONTE: BEEFPOINT |
sábado, 4 de setembro de 2010
Agosto: oferta restrita dita o ritmo do mercado do boi gordo
Postado por
Eduardo Lund / Lund Negócios
às
16:32
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário