São Paulo/SP
Os problemas vividos pelos argentinos há dois anos na pecuária começam a refletir nas exportações do país. Dados divulgados ontem pela Senasa mostram que as exportações de carne fresca recuaram para 100,4 mil toneladas de janeiro a agosto deste ano, 54% menos do que as 219,4 mil de igual período do ano passado.
A forte seca vivida pelo país e uma política de contenção de preços artificialmente promovida pelo governo reduziram o rebanho dos argentinos, levando à situação atual.
A situação é tão grave que os argentinos, líderes mundiais na exportação de carne bovina no passado, passaram a acelerar as importações neste ano.
A fonte principal dos argentinos para abastecer o mercado interno tem sido o Uruguai, mas até o Brasil elevou a oferta de alguns derivados de carne para o país vizinho. Em alguns casos, com aumento de até 140%.
As importações argentinas de carne fresca do Uruguai já somam 1.156 toneladas neste ano. Trata-se de volume pequeno, mas que mostra crescimento de 83% em relação às de igual período de 2009.
A Argentina perde espaço também nas exportações mundiais de leite e derivados. As vendas externas do país somaram 89 mil toneladas entre janeiro e agosto, 27% menos do que as de igual período de 2009.
Sem renda, os produtores de leite reduziram o rebanho de vacas leiteiras, e o país vive, atualmente, uma grande concentração na produção.
A Argentina perdeu espaço também nas exportações de queijos. O volume recuou para 26,2 mil toneladas até agosto, 19% menos do que em igual período anterior.
A situação só não foi pior porque o mercado brasileiro continuou aquecido para as exportações argentinas.
Os brasileiros já compraram 6.082 toneladas de queijo do vizinho até agosto, 29% mais do que em igual período do ano passado.
Fonte: Folha de São Paulo
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