sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Governo adota medidas para manter exportações de carne bovina

Ministério da Agricultura quer evitar que o excesso de medicamentos no produto prejudique novamente a imagem do mesmo no mercado internacional
Letícia Luvison Brasília (DF)
Depois da suspensão das vendas de carne bovina para os Estados Unidos, o governo brasileiro adota medidas para retomar das exportações, como mudanças nos rótulos dos vermífugos. O Ministério da Agricultura quer evitar que o excesso de medicamentos na carne prejudique novamente a imagem do produto no mercado internacional.
O pecuarista Claudio Maliski cria 400 cabeças de gado de corte no Distrito Federal. Para manter a saúde do rebanho, segue à risca as recomendações na hora de aplicar o vermífugo: um mililitro para cada 50 quilos de boi vivo, pelo menos 20 dias antes do abate.
— Eu aplico normalmente dentro do período de carência, inclusive os animais que procuramos criar são mais resistentes, adaptados ao Centro-oeste. Normalmente são quatro aplicações anuais, eu tenho feito três — diz Maliski.
Porém, nem todos os produtores respeitam o prazo. Alguns sequer lêem as indicações. Por isso, o governo determinou que a indústria veterinária deixe os dados mais claros a partir de 2011.
As informações sobre a carência do produto deverão ganhar destaque nos rótulos, com letras diferenciadas no espaço principal da embalagem. A intenção é não deixar dúvidas quanto ao intervalo necessário entre a aplicação do medicamento e o abate do animal.
— Esse período de carência é exatamente o período necessário para que todo o medicamento, após a sua aplicação no animal, não tenha nenhum resíduo desse medicamento ou tóxico que ele pode deixar na carne, ovo ou leite do animal para o consumo — explica Egon Silva, da Divisão de Produtos Farmacêuticos do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários do Ministério da Agricultura.
A pasta quer evitar que episódios como o da suspensão das vendas para os Estados Unidos, por excesso de resíduos, se repitam. Para o setor, a mudança deve aumentar ainda mais a competitividade do produto brasileiro.
— A medida vem ao encontro da melhor qualidade da carne para o consumidor brasileiro e também para a carne que é exportada, uma vez que o Brasil também depende de exportações para a pecuária brasileira continuar crescendo — diz o assistente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Paulo Mustefaga.

FONTE: CANAL RURAL

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