As turbulências no Egito levaram empresas brasileiras exportadoras de carne bovina a suspender ou a reduzir o ritmo de produção de cortes destinados àquele mercado. A decisão foi tomada, no fim da semana passada, porque os distúrbios no país afetaram novos embarques do produto, segundo Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec).
O Egito importa 3 mil a 4 mil toneladas de carne bovina do Brasil por mês, informa a Abiec. Isso significa em, valores, entre US$ 10,8 milhões e US$ 14,4 milhões mensais, considerando um preço médio de US$ 3.621 por tonelada da carne brasileira exportada ao país no ano passado.
Camardelli explicou que embarques de carne que já haviam sido feitos foram desviados para portos intermediários, pois os portos de Alexandria e Said estão cheios de contêineres que chegaram antes. "O que levou à decisão foi a morosidade do processo, a confusão gerada pela crise."
Segundo ele, os próximos passos dos exportadores vão depender dos desdobramentos dos conflitos no país. Caso haja um recrudescimento da crise, as empresas poderão buscar alternativas ao mercado do Egito em países que também demandam o abate bovino halal - que segue os preceitos muçulmanos - e com os quais seja possível fechar contratos semelhantes aos do Egito. O executivo menciona a Líbia e a Argélia, que já compram carne bovina do Brasil, como possibilidades.
Empresas do setor com operações no Egito também estão sendo afetadas. A brasileira JBS, que tem dois centros de distribuição - um no Cairo e outro em Alexandria - reabriu ontem as unidades, de acordo com sua assessoria de comunicação.
FONTE: Alda do Amaral Rocha , publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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