terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Gado em pé: ABEG pede maior atenção às regras

O BeefPoint teve acesso a uma carta enviada pela Associação Brasileira dos Exportadores de Gado (ABEG) à diversas autoridades da República, onde a Associação pede atenção às exigências feitas pelo Mapa para a exportação de gado em pé e que todas as regras sejam cumpridas por todos os exportadores. Veja a carta na íntegra abaixo.
"A ABEG - Associação Brasileira dos Exportadores de Gado, com sede em Belém, Estado do Pará, que congrega exportadores de vários estados do Brasil, representa as empresas brasileiras que exportaram cerca de 95% dos bovinos que em 2010 os quais tiveram como principal destinado para países como Venezuela, Líbano, Angola, Egito, Filipinas e Senegal.
Trata-se de uma atividade que exporta mais de meio milhão de cabeças de gado anualmente e gera muitos empregos diretos e indiretos, principalmente, nos estados do Pará, Rio Grande do Sul e São Paulo, posicionando o Brasil como segundo maior player mundial, via marítima, atrás apenas dos tradicionais australianos.
Diversos setores como produtores de feno e ração animal, transportadores e comércio de produtos veterinários são beneficiados com a nossa atividade principal, porém, o nosso maior beneficiário é o produtor/criador de bovino.
A exportação de bovinos vivos tornou-se, ao longo dos anos recentes, um fator equalizador de preços dos bovinos nos estados supracitados, notadamente em virtude de concorrer com a indústria pela aquisição da matéria-prima, gerando melhor retorno para o setor primário.
Esta atividade vinha sendo exercida por empresas brasileiras e correndo até risco de sustentação caso fosse detectado em suas operações algum descumprimento de requisitos sanitários dos países importadores.
Em 2010, o MAPA, por meio da Instrução Normativa 13, regulamentou a atividade, possibilitando então que o setor/empresários fizesse vultosos investimentos em estrutura e processos de preparação dos animais, inclusive, com um programa de boas práticas para exportação. Com essa regulamentação sendo rigorosamente cumprida e fiscalizada e, a sua execução, sendo devidamente certificada pelo MAPA, a atividade tem tido um grande avanço e um enorme espaço para crescer, continuando a ser um elemento balizador de preços do boi vivo ao produtor.
Acreditamos que, o mercado baseado nos preços pagos, pelo exportador e pela indústria, é que vai determinar o tamanho do negócio e não a intervenção e tentativas de impor reservas de mercado, para quem quer que seja.
A atividade já atraiu empresas internacionais, como recentemente aconteceu com empresa australiana que veio ao país e está tentando exportar bovinos vivos para o Egito sem dar cumprimento aos requisitos sanitários acordados com o Brasil. A legislação brasileira, notadamente a IN 13- MAPA e a classificação por zona epidemiológica quanto à febre aftosa não foi considerada, colocando assim, todo o trabalho de regionalização em risco, comprometendo diferentes estados brasileiros quanto as garantias sanitárias que dão lastro para que além de nós, os exportadores de carne consolidem seus investimentos.
Salientamos que o Brasil exporta gado vivo para o Egito desde 2009 cumprindo minuciosamente todos os requisitos sanitários acordados entre os dois países além das normas brasileiras que lastreiam a nossa atividade.
A ABEG zela pelos interesses de seus associados e o faz com todo o respeito aos interesses do produtor pecuário - seu grande aliado - e não concorda com manobras e nem insinuações sobre reserva de mercado. Apenas requer que os dispositivos legais que regulamentam as exportações de bovinos vivos sejam cumpridos integralmente por todos e que, assim sendo, garantirá o acesso a mercados mais sofisticados e exigentes, permitindo melhor remuneração ao produtor/criador de gado, além de perenizar os atuais mercados compradores.
Assim, vimos expor o posicionamento da ABEG pela legalidade, pedindo o seu importante e sempre positivo apoio, para o efetivo cumprimento da legislação brasileira e às exigências sanitárias internacionais, garantindo as exportações de bovinos vivos e os consequentes benefícios ao produtor rural brasileiro, sempre tão bem e competentemente defendido pelo senhor".

FONTE: ABEG, resumidas e abaptadas pela Equipe BeefPoint.

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