Unidade do antigo Mozaquatro, de Fernandópolis, foi rebatizado para Boifrig
Agência Estado
Gustavo Porto
Após enfrentar várias crises desde 2006, ser arrendado e enfrentar uma recuperação judicial, o antigo frigorífico Mozaquatro, em Fernandópolis (SP), agora rebatizado de Boifrig, foi salvo por um grupo de investidores iranianos. Eles injetaram R$ 15 milhões no arrendamento e na retomada da produção do frigorífico e têm planos para saltar de um abate diário de 200 cabeças para 750 cabeças de bovinos ainda este ano.
Metade dos animais segue o preceito halal para o abate, um ritual do islamismo, para que a carne possa ser enviada ao Irã. A demanda iraniana estimada pelo sócio do Boifrig, Mohammad Ahmadi, é de 200 mil toneladas de carne por ano.
Além de ser acompanhado por delegados iranianos, o animal abatido pela técnica halal tem de ser degolado por uma faca bem afiada, tem de ter todo o sangue retirado e não pode ter sofrimento.
— O responsável pelo abate tem de pedir licença para Deus (Alá) e a cabeça do animal estar direcionada para Meca — explicou Ahmadi.
De acordo com o empresário, o animal abatido precisa ainda ser macho e ter, no máximo, 36 meses de idade.
Além da carne exportada, parte da oferta abatida pelo preceito halal é destinada a clientes muçulmanos no Brasil. O restante, abatido pelo sistema tradicional, isolado do halal, é escoado no mercado interno.
Ahmadi só reclama da burocracia brasileira, pois foi preciso mais de um ano para que o frigorífico pudesse ser regularizado. Com 250 empregados, o frigorífico deve chegar a 600 com a ampliação do abate.
Pela série de problemas no passado, como a falta de pagamento de pecuaristas, a maioria dos animais é comprada à vista, a um custo diário de R$ 400 mil. O valor deve saltar para R$ 1,5 milhão por dia com o aumento da produção, de acordo com o empresário.
AGÊNCIA ESTADO
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