As estatísticas sobre a atividade florestal em São Paulo não são das mais precisas, mas dão uma dimensão do quanto expande-se o cultivo de eucalipto. Eram 764 mil hectares em 2008, superaram os 800 mil hectares em 2009 - apesar da crise do ano passado. Para 2010, a previsão é de que a área avance, pelo menos, 5%, na avaliação de Eduardo Pires Castanho Filho, pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão ligado à Secretaria de Agricultura de São Paulo. "Observamos que a procura por mudas vem sendo muito grande, o que nos ajuda a identificar a percepção do investidor", afirma o pesquisador.
A ocupação com a cultura - que após ser cortada, brota por mais duas vezes, em um ciclo que dura 15 anos - vem ocorrendo, sobretudo, nas áreas de pastagens degradadas. A pouca exigência por solos férteis é mais um atrativo do eucalipto que, passa, portanto, a disputar terras menos produtivas e concorridas por outras culturas mais exigentes de adubação.
Além disso, a baixa rentabilidade da pecuária vem reforçando o estímulo a essa substituição. Segundo dados do IEA, a rentabilidade anual da criação de gado em São Paulo nos últimos cinco anos foi de R$ 150 por hectare. A do eucalipto no mesmo período foi de de R$ 1 mil por hectare, superando, em alguns momentos, a da cana-de-açúcar que vem oscilando entre R$ 800 e R$ 1 mil.
"Não há outra cultura com a rentabilidade do eucalipto no Estado. Mas é claro que é preciso considerar que a partir do cultivo da árvore, é preciso esperar os primeiros seis a sete anos para se fazer o primeiro corte", diz Castanho. As fazendas que cultivam eucalipto representam 14% do total de propriedades rurais de São Paulo. (FB)
FONTE: Valor Econômico
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