Raça de origem japonesa que produz o famoso “kobe beef” é um dos destaques da Feicorte 2010
Suculenta, perfumada e macia. A carne dos bovinos da raça wagyu, também conhecida como "kobe beef", é certamente uma das melhores produzidas em todo o mundo, como seu preço deixa bem claro ao consumidor final - o quilo do contra-filé, por exemplo, custa em média R$200. A raça é um dos destaques da 16ª Feicorte, podendo ser vista no corredor principal da feira, bem em frente ao Rubayat, restaurante em que o visitante mais entusiasmado pode degustar um bom prato da iguaria.
Criado há mais de mil anos no Japão, o wagyu chegou ao Brasil em 1992, e desde então tem sido submetido a cruzamentos para melhoramento genético da raça. A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu, criada em 1997, conta hoje com cerca de 50 associados em todo o país que trabalham para o aprimoramento do gado.
Mas, afinal, o que faz a carne deste animal ser tão valorizada? Segundo Eliel Marcos Palamim, médico-veterinário e técnico da associação, o grande diferencial é seu intenso marmoreio. "Esse é o nome dado à gordura entremeada na musculatura. A raça que transmite marmoreio na escala mais alta é o wagyu. Outras raças, de origem europeia, não chegam a um grau de marmoreio tão elevado".
Apesar de ser uma carne gorda, o kobe beef é saudável, sustenta Palamim. "Quando a gordura entra na musculatura, ela sofre uma reação química. E do colesterol ruim ela passa a apresentar colesterol bom. Assim ela é comparada à gordura insaturada, como a presente no azeite de oliva ou a do salmão, porque é rica em ômega 3", afirma o veterinário.
A criação
Por enquanto, existem poucos exemplares da raça no Brasil, apesar de sua boa adaptação ao nosso clima - há criações desde o norte da Bahia, passando por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul. Originalmente, existem duas linhas do animal, uma com pelagem avermelhada ("red") e outra com pelagem preta ("black"), sendo a segunda a mais difundida por ser mais rica em marmoreio. Hoje também já é criada a chamada carne de meio-sangue, resultado do cruzamento do wagyu com outras raças já difundidas no país, como a nelore.
O gado apresenta índole boa, sendo dócil com os humanos. Entre os machos da raça, porém, vez ou outra ocorrem empurrões e brigas. Apesar de necessitar de um pouco mais de cuidado do que as raças zebuínas, mais resistentes, os exemplares wagyu tem entre suas características mais favoráveis a precocidade na reprodução. Uma fêmea com entre 13 e 14 meses já está apta a ficar prenhe. Uma reprodutora, com média de 15 meses de idade, pode ser leiloada a partir de R$40 mil o exemplar. Para os machos, os produtores pedem cerca de metade desse valor.
FONTE: Revista Globo Rural
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