sexta-feira, 18 de junho de 2010

Estrangeiros vêm à Feicorte em busca de informações sobre produção de gado de corte


Especialistas chineses visitam a Feicorte

A Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), maior evento indoor depecuária de corte do mundo, recebeu nesta quarta-feira (16/06) um grupo de especialistas chineses interessados na tecnologia brasileira para criação da raça brahman.Este gado zebuíno, muito bem adaptado ao clima subtropical paulista, mostra-se como uma alternativa para as regiões do sul da China, que apresentam o mesmo tipo de clima.

A comitiva, formada por 30 professores universitários e pesquisadores do ramo agropecuário, pretende organizar um relatório sobre a qualidade da carne e sobre as formas de produção adequadas da raça para encaminhar ao governo chinês. O objetivo é conseguir o aval estatal para comprar embriões e sêmen de animais brasileiros, de modo a desenvolver a pecuária de corte do Brahman no país.

"Nossa missão veio aqui para buscar uma alternativa da raça para o Sul da China, porque no país só existe um estado que produz o Brahman. Não temos nenhuma outra raça de zebuínos. E faltam carnes nobres na China", diz Massao Huang, representante dos criadores da raça Brahman do país e integrante da comitiva.

O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. No mês de maio, vendeu no exterior 175 mil toneladas do produto, o que representa um crescimento de 34% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Tal performance tem chamado a atenção do mercado internacional, e atraído ao país especialistas interessados em trocar informações com nossos produtores, para aprender e também ensinar técnicas que garantam uma maior produtividade do gado.

Philip Bradshaw, presidente da United Soybean Board (associação americana de produtores de soja), também veio ao Brasil mostrar a importância da cooperação entre os países para garantir a produção mundial. Bradshaw participou de uma palestra na Feicorte sobre a necessidade da erradicação da febre aftosa dos rebanhos de todo o mundo.

Ele afirma que é preciso manter saudáveis os animais, de modo a evitar a contaminação entre rebanhos de diferentes países. "Assim provavelmente não teremos uma eclosão da doença nos Estados Unidos ou aqui, onde estão os maiores rebanhos, o que afetaria a cadeia produtiva da soja", afirma Bradshaw, lembrando que o confinamento de bovinos é um grande consumidor do grão. "Um foco de aftosa em qualquer ponto do mundo afeta a soja, já que diminui a demanda e faz com que os preços também diminuam", completa.

Outro estrangeiro de passagem pelos pavilhões da 16ª Feicorte é o argentino Francisco Gutiérrez. Zootecnista e criador da raça angus em seu país, ele presta consultoria a produtores brasileiros e vende aqui material genético do rebanho. Gutiérrez está no evento para auxiliar seus clientes na compra e venda de animais. "O angus é o gado número um da Argentina. Ele é para nós como o nelore é para os brasileiros. Por isso, muitos criadores daqui vão à Argentina em busca de tecnologia e informações para melhorar a produção da raça no Brasil", explica o consultor.


FONTE: GLOBO RURAL

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