quarta-feira, 16 de junho de 2010

Marfrig toma lugar do JBS na redistribuição da Cota Hilton argentina

BUENOS AIRES - A Oficina Nacional de Controle Comercial Agropecuário (ONCCA), o organismo que regula o comércio do setor na Argentina, redistribuiu 3.293,4 toneladas de cortes de carne bovina de alta qualidade correspondente à chamada Cota Hilton, destinada à União Europeia (UE), para evitar o não cumprimento do acordo de exportação ao mercado europeu.
O frigorífico Quickfood, controlado pelo brasileiro Marfrig, foi o que recebeu a maior parcela da cota distribuída: 153,9 toneladas. O restante da cota foi distribuído entre Friar (136,4 toneladas); Finexcor (136,4 toneladas); Gorina (136,4 toneladas); Arrebeef (133,2 toneladas); Rioplatense (131,7 toneladas) e Paladini (128,5 toneladas). Entre os chamados projetos, Exal recebeu 7 toneladas; Companhia Ganadera ficou com 6,9 toneladas; União de produtores Uisa (6,4 toneladas); Associação de Cooperativas Argentinas (6,1 toneladas); Associação Argentina de Criadores de Hereford (5,9 toneladas).
A redistribuição deste volume ocorreu por causa da impossibilidade de algumas empresas de completar os embarques no tempo devido. Entre elas, a brasileira JBS, uma das que mantém as maiores fatias da Hilton. Também não puderam cumprir o acordo Casepa, Rafaela Alimentos, Frigorífico Lafayette, Catter Meat e Macellarius. Outras não conseguiram apresentar as garantias exigidas pelo governo: Campos del Sur, El Cuyum Andino, Tomas Arias e Conallison.
Em considerações da norma publicada ontem no Diário Oficial, a Oficina Nacional de Controle Comercial Agropecuário (ONCCA) diz que "medida foi adotada atendendo às excepcionalidade do presente ciclo comercial e ante à resignação desta porção da cota por parte de algumas empresas devido a distintos motivos".
O texto destaca ainda que "o objetivo do governo é que o total do contingente tarifário outorgado pela União Europeia à Argentina seja embarcado oportunamente", completa a resolução. A decisão é uma clara resposta aos protestos das entidades ruralistas e exportadores que apontam erros do governo na distribuição da cota.
Na sexta-feira, a Confederações Rurais Argentinas (CRA) emitiu um comunicado no qual afirmava que a Argentina deixará de exportar US$ 130 milhões em carne bovina com o não cumprimento da Cota Hilton. "As restrições às exportações de produtos agropecuários e, em particular, de carne afetam negativamente o cumprimento dos compromissos assumidos pela Argentina em matéria de Cota Hilton", disse a entidade.
O frigorífico Quickfood, do brasileiro Marfrig, foi o maior beneficiado com a redistribuição de parte da Cota Hilton pelo governo argentino. Ontem, Buenos Aires realocou 3.293,4 toneladas de cortes de carne bovina de alta qualidade correspondentes à parcela destinada à União Europeia (UE). A medida foi tomada para evitar o não-cumprimento do acordo de exportação ao mercado europeu. A redistribuição se deu por causa da impossibilidade de algumas empresas de completar os embarques no tempo devido, entre as quais a brasileira JBS, uma das que mantêm as maiores fatias da Hilton.
Segundo as Confederações Rurais Argentinas (CRA), o país deixará de exportar US$ 130 milhões em carne bovina com o não-atendimento da Cota Hilton. O não-cumprimento do acordo pode abrir uma brecha para o Brasil, que tenta há anos elevar sua participação no embarque de carnes à União Europeia.
Enquanto tenta destravar a Cota Hilton, o País briga em outras frentes, entre elas a suinocultura. Coreia do Sul, Japão e China devem ser os próximos destinos da carne de porco nacional. Para atender esses mercados, o Brasil está se adequando às questões sanitárias e realizando o ajuste de cortes para exportar já em 2011.

FONTE: DCI

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