O governo eleito já declarou que quer tornar a carne bovina gaúcha a melhor do mundo. Exagero? Não. Com algum investimento em pastagens, controle sanitário e marketing, é possível agregar esse valor ao produto. O principal, o Rio Grande do Sul já tem. As raças europeias criadas por aqui são as que produzem a carne preferida pelos mercados mais exigentes. Os animais são criados a campo, com sal e capim. Esse gado de clima frio se adaptou perfeitamente ao ecossistema Pampa. O decano dos ecologistas brasileiros, José Lutzenberger, reconhecia essa relação harmônica entre boi e ambiente. Dizia que os pecuaristas da Campanha eram “os guardiões do Pampa”.
O Estado tem campos, clima, mão de obra, genética e tradição para produzir animais saudáveis, com peso e tamanho padronizados, como exige a indústria frigorífica moderna. Para ter a melhor carne, falta pouco. E esse pouco tem nome: vacina. Por mais que o rebanho gaúcho seja comprovadamente sadio, não será fácil ingressar em certos mercados mundiais, como o dos Estados Unidos e o do Japão, com carne de animais vacinados contra febre aftosa. A suspensão da vacina - com o vírus ativo nas redondezas - é sempre um grande risco. Mas é uma barreira que um dia a pecuária gaúcha terá de transpor se quiser ter realmente a melhor carne do mundo.
FONTE: Olhar do Campo, Zero Hora
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