segunda-feira, 28 de junho de 2010

Argentina: exportações de carne recuaram 73% em maio

A Argentina não somente deixará de exportar esse ano cerca de US$ 150 milhões da cota Hilton, mas também, os envios de carne bovina de forma geral para todos os mercados sofreram uma drástica redução até agora em 2010, que foi acentuada em maio passado, quando o volume vendido diminuiu em 72,6% com relação ao mesmo mês de 2009, segundo informações do Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA).
Foram exportadas no mês de maio somente 8.977 toneladas de cortes resfriados, congelados e carne processada, a menor quantidade mensal registrada em dois anos, desde maio de 2008, quando somou 7.160 toneladas em um dos piores momentos da greve no campo. Em valor, as exportações somaram US$ 74,2 milhões, 47,7% a menos que em maio de 2009.
"A redução se deve fundamentalmente à falta de permissões para exportar carne", comentou o presidente da Câmara da Indústria de Carne, Miguel Schiariti. "Apesar da promessa de Moreno em maio de que permitiria exportar 20.000 toneladas por mês em troca de oferecer cortes a valores mais baixos no mercado interno, não creio que sequer cheguemos a 200.000 toneladas no ano; se está cumprindo com a entrega a esses valores no mercado interno, mas não sua promessa".
As exportações começaram a ser restritas desde dezembro, para garantir o abastecimento de carne no mercado interno e tentar frear o aumento dos preços diante da escassez de gado.
Entre janeiro e maio, as exportações somaram 80.932 toneladas por US$ 467.817 milhões, uma redução de 44,1% em volume e 22,4% em valor FOB frente ao mesmo período de 2009, já que, pela alta dos preços internacionais, que se registra desde o segundo semestre de 2009, elevou-se em 35,6% o valor médio de exportação das carnes argentinas até agora nesse ano com relação ao mesmo período do ano anterior.
Quase nenhum destino ficou de fora da queda. Os envios à Rússia (primeiro mercado em volume), caíram em 57,7% em toneladas, enquanto para a Alemanha (segundo em volume, mas primeiro em valor, já que compra cortes mais caros) caíram em 21,7% em toneladas e somente 0,3% em valor.
"Além da proibição às exportações, a desvalorização do euro contra o dólar fazem com que cada vez mais sejamos menos competitivos", disse o presidente da câmara empresarial. O menor valor do euro faz com que na Europa os cortes argentinos, que são cotados em dólar, fiquem mais caros.
De qualquer forma, Schiariti descartou que a menor competitividade e o volume que a Argentina deixou de fornecer beneficie diretamente outros países. "Tanto o Uruguai como a Nova Zelândia ou Austrália chegaram a sua produção máxima, com a qual não podem suprir as vendas argentinas, enquanto que, no Brasil, as exportações caíram pelo aumento do consumo interno. Não se perderão mercados, mas sim, confiabilidade".

FONTE: Cronista.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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