O governo brasileiro planeja aprovar já na próxima semana os planos de ação de frigoríficos brasileiros para monitoramento de resíduos e liberar o embarque de carne processada para os Estados Unidos. Conforme o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura (Mapa), Nelmon Oliveira, duas ou três plantas já apresentaram propostas ao governo federal para análise e devem ser liberadas. Conforme Oliveira, as unidades do Marfrig e do Minerva poderão estar entre as autorizadas a exportar.
Os planos de ação integram estratégia do Ministério da Agricultura para garantir maior rigor no controle de resíduos ao governo norte-americano e retomar os embarques de carne processada. A exportação foi interrompida em 27 de maio de 2010, após a identificação de resíduos de ivermectina acima do permitido pelas autoridades norte-americanas em carga de carne processada da planta do JBS, de Lins (SP).
A previsão do ministério contraria o temor dos produtores de que as novas irregularidades identificadas em lotes de carne processada da mesma planta nos Estados Unidos possam retardar o processo. "Isso já está nos prejudicando", avalia o presidente da Abiec, Roberto Gianetti da Fonseca. Segundo o dirigente, os frigoríficos que trabalham com o mercado norte-americano comprometeram-se a intensificar a fiscalização e apresentar seus planos ao governo rapidamente. "Queremos assegurar que nestas unidades não há contaminação. É de lá (da unidade de Lins) que está vindo o problema. Os outros frigoríficos estão isentos", defendeu Fonseca.
A expectativa é que com a estratégia de isolar o problema na origem os exportadores consigam encontrar o caminho de volta ao mercado norte-americano com rapidez. Em nota, a associação reforçou a ideia ao declarar que "a inconformidade em lotes do produto destinado ao mercado americano não significa que toda a carne exportada pelos frigoríficos brasileiros aos Estados Unidos está imprópria".
Oliveira não acredita que o fato possa prejudicar sua projeção de retomada dos embarques e informa que, até o fim da tarde de ontem, o Mapa não havia recebido notificação oficial. "Se for em lotes já anteriores não vejo problema. O governo está garantindo o que for produzido após a liberação dos embarques", argumenta. Na quarta-feira, retornam ao Brasil técnicos do Mapa que estão nos Estados Unidos para debater e ajustar critérios de análise de resíduos dos dois países. A proposta é unificar os parâmetros para avaliação e evitar novos problemas.
Fonte: Correio do Povo
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