sexta-feira, 2 de julho de 2010

Uruguai levanta dados sobre biótipo e fertilidade de gado de corte

Buscando alcançar outros países com pecuária avançada, o Uruguai está requerendo informações para ter seus próprios dados sobre tamanho de suas vacas, sua fertilidade e o consumo de alimento que o animal precisa para produzir.
Há três anos, as Sociedades de Criadores de Angus e Hereford, com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (INIA, sigla em espanhol) vêm tomando medições objetivas dos animais do rebanho nacional, buscando gerar dados de Diferença Esperada na Progênie (DEPs) sobre o consumo potencial de cada animal e sua fertilidade. Os dados de DEPs permitem aos criadores prever que características os pais transmitem a seus filhos, melhorando os índices produtivos ao combiná-los, de tal modo a obter um animal mais balanceado.
Estima-se que as informações do levantamento estarão disponíveis no ano que vem e marcarão a diferença, porque fornecerão os primeiros e únicos dados nacionais adaptados à realidade produtiva do novo Uruguai pecuário.
Segundo o diretor regional do INIA Treinta y Tres e chefe do programa de produção de carne e lã dessa instituição, Fabio Montossi, os dados gerados nas medições "estarão acompanhados de índices de seleção que nos permitirão incorporar o componente econômico no processo de seleção. Isso é fundamental em uma pecuária mais moderna".
A pecuária uruguaia, historicamente, esteve concentrada até agora em DEPs relacionados com o crescimento e com a qualidade da carne. A discussão sobre o biótipo do animal que hoje o Uruguai explora em sua pecuária de corte fez parte da temática analisada no recente VIII Taller de Evaluación de los Diagnósticos de Gestación Vacuna, realizado todo ano pelo INIA.
"A discussão foi centrada em se o tamanho dos animais que manejamos no Uruguai está de acordo com a nova realidade produtiva, onde temos as matrizes transferidas para zonas mais marginais e, supostamente, são vacas que têm uma tendência a serem maiores em tamanho". É que, como em outros países da região que são fortes produtores de carne bovina, a soja continua deslocando a pecuária, principalmente a atividade de cria. Hoje, se planta em todos os solos aptos para a agricultura disponíveis e o rebanho bovino, em menor espaço e em campos piores, tem que ser mais eficiente.
Para o pesquisador do INIA, os trabalhos feitos com a meta de levantar os primeiros dados nacionais "são um aporte muito importante, onde os diferentes membros, pesquisa, privados e sociedades de criadores concordamos que essa informação tinha que estar disponível para a pecuária e isso ocorrerá no ano que vem".
Com o levantamento, uma vez disponível, "tanto os usuários de genética, como os fornecedores da mesma, terão a possibilidade de tomar decisões de acordo com o sistema produtivo que tenham e de acordo com o mercado em que colocarão seus produtos. Poderão escolher a genética de acordo com seus objetivos".

FONTE: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint

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