Autoridades pediram a retirada de mais 27 toneladas após adetecção de remédio acima do nível permitido
Os Estados Unidos informaram mais um recall de produtos do frigorífico JBS. Na última quinta-feira, o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS), do Departamento de Agricultura, solicitou que a empresa retire do mercado 27 toneladas de carne bovina industrializada.
Esse é o segundo recall de produtos do JBS em um mês e meio. No dia 14 de maio, a companhia retirou voluntariamente outras 39 toneladas. Os produtos foram fabricados na unidade de Lins, no interior de São Paulo.
O motivo dos dois recalls é o mesmo: os EUA detectaram vestígios acima do permitido de Ivermectina, um vermífugo utilizado na criação de gado bovino.
Por causa do primeiro incidente, as exportações brasileiras de carne bovina industrializada para o mercado americano estão suspensas desde 27 de maio. De janeiro a maio, o Brasil vendeu US$ 76,3 milhões desse produto para os EUA o principal cliente de carne industrializada do País.
O FSIS informou que não tem notícias de que o consumo da carne bovina brasileira tenha provocado doenças. O órgão informa ainda aos consumidores americanos que devolvam os produtos onde compraram.
O diretor de estratégia empresarial do JBS, Antonio Camardelli, disse que "não se trata de um caso novo, mas lotes do mesmo produto que foram enviados aos EUA antes da suspensão das vendas pelo Brasil".
Os incidentes nos EUA provocam desconfiança em relação à carne brasileira em outros países. A Itália enviou um ofício ao Ministério da Agricultura informando que também encontrou traços de Ivermectina, mas dentro do limite.
Em nota divulgada ontem, a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec) sustenta que o problema está restrito "a uma única unidade brasileira". O JBS não é associado à Abiec.
Marfrig e Minerva pediram ao governo para retomar as vendas para os EUA e argumentam que a infração é apenas do JBS. Fontes do mercado dizem que o método industrial da companhia provocou o excesso de Ivermectina.
Problema. Camardelli disse que a formulação dos produtos é determinada pelos órgãos reguladores americanos e que o problema é "sistêmico". Os pecuaristas não estariam respeitando o prazo de carência para mandar os animais para o abate depois de aplicar o vermífugo. Também há suspeitas de alterações nos remédios.
O Ministério da Agricultura não divulgou qual é a origem do problema. Segundo o diretor do departamento de Defesa Animal (Dipoa), Nelmon Oliveira da Costa, a investigação está em curso. "Nosso plano nacional de controle de resíduos também detectou algumas violações, o que pode ser um indicativo de mau uso do medicamento no campo. Mas não descarto diferenciais de produção entre as empresas."
FONTE: O ESTADÃO
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