quinta-feira, 24 de junho de 2010

Preço da carne sobe 4% entre janeiro e maio, aponta Dieese

Alta atingiu todos os cortes, tanto de primeira como de segunda categoria
O preço da carne bovina subiu 4% entre janeiro e maio deste ano, enquanto a inflação constatada no período foi de 3,19%, de acordo com dados do Índice de Custo de Vida (ICV), do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento mostra que houve elevação de preço em todos os cortes do produto, tanto de primeira como de segunda.
O movimento de alta do preço da carne é contrário ao do apresentado no mesmo período do ano passado, quando houve barateamento de 4,82% do item e a inflação era de 1,66%. A maior alta registrada pela pesquisa no acumulado deste ano foi do acém, com 6,09%, seguido pelo patinho, com 5,10%, e pelo contra-filé, com 5% de aumento.
De acordo com Jorge Paulino Camisa Nova, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Carne Fresca do Estado de São Paulo, que representa os açougues e outros estabelecimentos que vendem carne bovina, de janeiro até maio houve encarecimento da arroba do boi, passando de R$ 70 para R$ 76 em São Paulo.
– O Estado sofre com a escassez de pasto com o avanço da plantação de cana-de-açúcar. A cada ano há menos áreas para gado de corte, o que ajuda a encarecer o custo da carne frente a demanda – comenta.
No início do ano, o produtor segurou o boi no pasto até que a arroba tivesse uma maior valorização. Além disso, a chuva em excesso também atrapalhou a produção. Apesar de melhorar os pastos, atrapalha o escoamento da carne.
No momento, o mercado está em período de entressafra de gado, já que no inverno há menos chuvas, o que deixa o pasto ruim para a criação do boi.
– Nesse período, os preços tendem a subir. Porém, como eles já subiram antes, devemos ter estabilização ou até queda neste mês e nos próximos – comenta Cornélia Nogueira Porto, coordenadora da pesquisa para a formação do índice de inflação do Dieese.

Exportação
Há também influência das exportações no preço da carne para o consumidor final. De acordo com relatório do Centro de Estudos Aplicados de Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), no mês de maio foram embarcadas 90,4 mil toneladas de carne in natura, volume 15% superior ao de abril deste ano e 20% maior que o de maio de 2009.
O preço pago por tonelada também subiu de abril para maio, passando para US$ 4 mil, o que deixa o envio para o exterior mais atrativo do que a venda para o mercado interno.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

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