Com a chegada do período de entressafra, o preço da carne tende a subir naturalmente, mas esse ano outros fatores devem colaborar para o aumento do preço, a alta do bezerro e a retomada das exportações.
A previsão é de desaceleração dos abates, diante da disparada do preço do bezerro. A cotação chegou a R$ 740,23, no dia 16 de junho, alta de R$ 20 só este mês, de acordo com Esalq/USP. O que deve refletir no valor da arroba do boi e da carne que é repassada para os consumidores.
Para o economista, Carlos Alberto Vitoratti, o fator que influencia ainda mais esse aumento é a retomada das exportações. “Os números mostram que nos próximos 30 dias o aumento chegue de 5,5%. A partir de 90 dias esse aumento deve ser de até 10%. O Brasil voltou a exportar e, com isso, o preço tende a subir. Mas os números ainda podem mudar, tudo vai depender da tendência de mercado”.
Em Dourados, esse aumento ainda não aconteceu, mas não deve demorar muito. O proprietário de açougue, Evandro Luiz Catucci, diz que o preço tende a subir nos próximos dias. “Estamos prevendo um aumento de 5% a 10%. A solução para não perder as vendas é tentar repassar o mínimo possível aos consumidores”.
O gerente de um supermercado de Dourados, José Almir Nunes, garante que ainda não sofreu nenhuma mudança no valor da carne bovina. “Temos bastante estoque e ainda não foi repassado qualquer aumento pelo fornecedor”.
Já os consumidores pensam diferente, em época de Copa do Mundo e comemorações, eles já sentem no bolso o aumento no preço da carne. A dona de casa, Alessandra Barbosa Leal, diz que o valor da compra mensal já aumentou e o jeito é buscar alternativas no cardápio. “Já sinto um aumento no valor da compra, mas, para não sofrer muito, tento comer mais ovos e saladas e diminuir a quantidade de carne”.
Para Dulcilene Figueiredo da Silva, que mora em Caarapó, o aumento ainda não foi tão grande, mas já pede algumas mudanças no dia-a-dia. “Na minha casa não ficamos sem carne, então eu procuro comer mais frango, que não é tão caro”.
Evandro Luiz Catucci esclarece que a escolha do corte também pode ajudar na hora de economizar. “Além do frango e da carne suína, o consumidor pode procurar cortes mais baratos como a fraldinha, maminha e capa de filé e evitar as picanhas e filés nos churrascos”.
Em Campo Grande os consumidores reclamam do aumento da carne bovina. O último Índice de Preços ao Consumidor, relativo a maio, apontou aumento em praticamente todos os cortes, sendo os mais significativos no músculo (9,81%), acém (5,80%), filé mignon (5,74%), ponta de peito (5,22%) e alcatra (4,79%).
Fonte: Diário MS
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