Produtividade e responsabilidade ambiental figuram entre os principais temas de discussão do I Congresso de Pecuária Sustentável, durante a 16° edição da Feicorte, que ocorrerá entre os dias 16 e 18 de junho, em São Paulo. O conceito do evento é ressaltar os diversos interesses comuns entre a preservação da natureza e os benefícios econômicos em propriedades bem conduzidas. Consultor da Bigma Consultoria, o engenheiro agrônomo Maurício Nogueira aponta indicadores e sugestões para colocar o modelo em prática. Palestrante convidado, ele pontua a atividade como potencial banco de terras para agricultura, assegurando não só a biodiversidade como a rentabilidade da cadeia produtiva da carne no Brasil.
O agrônomo cita o exemplo de uma fazenda no Mato Grosso do Sul que, ao produzir mais animais no mesmo espaço, obteve um salto lucrativo de R$ 60 para R$ 270 por hectare ao ano. Reformulações de manejo possibilitam maior ganho de peso ao gado e apressam a terminação, diminuindo as emissões de carbono e seus efeitos nocivos à atmosfera. O processo é gradual, mas estratégias tecnológicas e práticas conservacionistas bem manipuladas podem garantir os bens de capital, reduzir os custos de produção e até melhorar as vendas.
O primeiro passo é inventariar tudo que há na propriedade. Leva-se um ano planejando bem a manutenção, desde as casas de funcionários, cercas e estradas até currais, mata-burros, cochos e bebedouros. Feito isso, sobra tempo para melhorar a capacidade do produtor em lidar com o pasto e o rebanho. Outro ponto crucial é racionalizar o uso do pasto, identificando o melhor e o pior capim para promover a recuperação ou intensificar o pastejo. Treinamento de mão-de-obra, planos nutricionais adequados e protocolos sanitários preventivos também são fatores fundamentais. É preciso organizar ao máximo a rotina diária nas propriedades — explica.
Nogueira afirma que vários mecanismos de divulgação já disponibilizam essas técnicas, viabilizando a pecuária sustentável inclusive em fazendas de menor porte. Embora a recomendação seja sempre dimensionar investimentos caso a caso, com relação ao capital necessário para essas adaptações tecnológicas, um indicador muito interessante é o custo individual de produção do animal. Segundo ele, multiplicar as despesas com o garrote por 1.5 é a melhor referência para o custo de cada bovino acrescentado ao rebanho.
FONTE: Portal Dia de Campo
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