terça-feira, 6 de julho de 2010

Brasil questiona Cota Hilton na UE


Autoridades brasileiras irão pedir critérios mais justos para as vendas de carne bovina dentro da Cota Hilton em reunião nos dias 12 e 13 com representantes da União Europeia (UE), em Bruxelas. Outro tema prioritário é a revogação da chamada Diretiva 61, editada em 2008, que exige uma lista prévia de propriedades habilitadas a fornecer gado para abate e exportação de carne. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, confirmou ontem, em reunião com Abiec, Abipecs e Ubabef, em São Paulo, que participará da missão. Para o diretor executivo da Abiec, Otávio Cançado, a presença do ministro elevará o tom das negociações e pode acelerar o processo.
No caso da Cota Hilton, que permite a entrada de cortes nobres com tarifas reduzidas na UE, em janeiro de 2009, o bloco passou a exigir a identificação eletrônica dos animais destinados ao abate ainda na fase de desmama (até 11 meses). Entretanto, segundo Cançado, para exportações fora da cota é exigida identificação nos três meses finais antes do abate. O Brasil fez contraposta, mas as mudanças foram negadas em junho. Dentro da cota, os cortes bovinos pagam tarifa única de 20%. Fora dela, há imposto de importação de 12,8% e adicional de 3.041 euros por tonelada. No ciclo 2009/10, o Brasil ampliou sua cota de 5 mil t para 10 mil t, mas, desde julho do ano passado, quando começou o ano-cota, só conseguiu exportar 10% do volume. Para Cançado, houve impacto do aumento de cota, mas também das regras, que ficaram muito rígidas. "Precisamos da flexibilização para este ano."
Assim como o Brasil, no último ciclo, a Argentina também não conseguiu aproveitar a integralidade da sua cota, que atinge 28 mil toneladas (58% do total). Embora não haja indicador oficial, fontes do mercado dizem que os frigoríficos argentinos exportaram cerca de 17 mil toneladas pelo sistema entre julho de 2009 e junho deste ano, quase 40% menos que o teto. O problema é atribuído à forma de distribuição da cota entre frigoríficos exportadores, o que o governo argentino mudou ano passado, causando lentidão no envio de autorização às indústrias.
O presidente da Abipecs, Pedro Camargo Neto, também fará parte da missão e espera avanço nas negociações de abertura do mercado para carne de suíno brasileira. Na reunião, as entidades pediram apoio do Mapa na solução de questões que oferecem dificuldades ao bom funcionamento das agroindústrias. Para o presidente da Ubabef, Francisco Turra, é importante ajustar o Riispoa. "Precisamos de uma legislação condizente com a realidade para uma eficiente inspeção."
FONTE: CORREIO DO POVO

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