Brasília - O Ministério da Agricultura (Mapa) autorizará, a partir da próxima semana, a retomada dos embarques de carne bovina processada para os Estados Unidos proveniente daqueles frigoríficos que tiverem seus planos de autocontrole de resíduos aprovados pelo gooverno federal. Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa, Nelmon Oliveira, cerca de 40% dos 21 frigoríficos que exportam o produto para lá apresentaram seus planos, que estão sob análise.
“Estamos confiantes que, com os resultados dos planos de ação das empresas e o do governo brasileiro, vamos conseguir atender as garantias que o governo americano está solicitando”, afirmou. A suspensão foi feita após as autoridades americanas impedirem a entrada de um lote de carne processada do frigorífico JBS Friboi, no final do final de maio, sob alegação de que continha o vermífugo Ivermectina acima do limite permitido pela legislação de seu país.
Depois disso, o governo brasileiro suspendeu as certificações e embarques de carne processada para os Estados Unidos e enviou duas missões para conhecer o sistema de análise de resíduos daquele país, que é diferente do brasileiro. Apesar das diferenças na forma como são feitas as análises, Nelmon disse que o diagnóstico no lote indica que provavelmente não se respeitou o prazo de carência para que o animal possa ser abatido após ingerir a Ivermectina, que pode variar de 40 a mais de 100 dias, dependendo do medicamento veterinário.
Para evitar o problema, que pode ter sido causado por desinformação de alguns criadores de gado, os fabricantes de medicamentos veterinários serão obrigados a colocar na embalagem do produto o prazo de carência, que atualmente está apenas nas bulas. O governo divulgará campanhas de orientação aos pecuaristas e os frigoríficos terão que participar, inclusive fazendo visitas às propriedades, como determina seu plano de autocontrole, requisito para a retomada das exportações para os Estados Unidos.
Além disso, essas empresas terão que selecionar os fornecedores de carne para exportação e aumentar o número de análises de matérias primas. Tudo isso será auditado pelo governo. Antes da autorização final para a retomada das exportações, haverá uma nova reunião entre autoridades sanitárias brasileiras e americanas, nos Estados Unidos, ainda dependendo de confirmação para o dia 8 ou 9 de julho.
Atualmente 21 frigoríficos brasileiros estão habilitados a produzir carne processada para os Estados Unidos, sendo que 10 vendem diretamente e o restante fornece aos outros. Os americanos são os principais importadores do Brasil e compraram, no primeiro trimestre deste ano, cerca de 9 mil toneladas do produto, ao preço de US$ 48,6 milhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
FONTE: AGENCIA BRASIL
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