O abate de fêmea em 2006 e 2007 atingiu altos índices. Em julho de 2006 foram abatidas 250 mil fêmeas em janeiro de 2007, 263 mil
A Acrimat – Associação dos Criadores de Mato Grosso – constatou através de um levantamento, que nos próximos 3 anos vai diminuir a oferta de boi gordo em consequência do grande abate de fêmeas que aconteceu nos anos de 2006 e 2007. “A conta é simples, o bezerro que nasceu em 2007 é o boi gordo desde ano, 2010. Como nasceram menos bezerros, porque as matrizes foram abatidas, teremos menos oferta de boi gordo”, explicou o diretor da Acrimat, Mauricio Campiolo.
Tomando como base os dados de vacinação contra a febre aftosa do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso), dos últimos cinco anos, a Acrimat e Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) fizeram um levantamento da evolução do rebanho bovino por idade, onde pôde ser constatada a queda de nascimento de bezerros e de oferta de boi gordo. Em 2005 eram 3,1 milhões de cabeças de animais de zero a 12 meses, em 2006 caiu para 2,8 milhões e em 2007, o número permaneceu em 2,8 milhões.
O abate de fêmeas em 2006 e 2007 atingiu altos índices. Em julho de 2006 foram abatidas 250 mil fêmeas em janeiro de 2007, 263 mil. Nesses períodos o preço dos bezerros a linha do gráfico era decrescente e eram comercializados a R$ 325,00 em junho de 2006 e R$ 369,59 em janeiro de 2007. “O produtor mata a matriz (fêmea) quando o preço do bezerro está muito baixo e não vale a pena a manter o processo de cria”, analise o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.
A linha do gráfico muda em 2008 quando o abate de fêmeas caiu para 87 mil cabeças no mês de outubro e o preço do bezerro nesse período era de R$ 650,00. “A moeda do pecuarista é o bezerro. Se o preço do bezerro está alto o da arroba também está. Em 2008 o preço da arroba chegou a quase R$ 90 reais em junho de 2008”, analisou Vacari.
Por conta do alto abate de fêmeas em 2006 e 2007 a oferta de boi gordo, acima de 36 meses, vai ter um forte impacto a partir deste ano. Em 2007 eram 1,8 milhões de cabeças de animais acima de 36 meses, em 2010 baixou para 1,5 milhões. Tendo como base a evolução desses números, em 2011 Mato Grosso terá um estoque de 1,2 milhão, baixando para 1.096 milhão em 2012 e 1.045 milhão em 2013. “Aqui esta a resposta para aqueles que acusam o pecuarista de segurar o boi no pasto para forçar a alta da arroba. O pecuarista não esta com boi pronto para abate no pasto. Os bezerros que não nasceram em 2006 e 2007 estão fazendo falta e mesmo confinando e até abatendo mais cedo os animais, não teremos boi gordo suficiente para atender a demanda crescente”, disse o superintendente da Acrimat.
E a demanda vem crescendo. Segundo levantamento do Imea, nos cinco primeiros meses de 2010, comparados com o mesmo período de 2009, houve um aumento de 13% no abate total em Mato Grosso e de 20% no abate apenas de machos. “Com base nisso estimamos que este ano o abate total cresça 10% com relação a 2009 e nos próximos anos, consideramos um aumento de 5% nos abates. A demanda é crescente”, disse o analista de bovinocultura do Imea, Daniel Latorraca Ferreira.
Diante desse quadro, o pecuarista tem agora uma ferramenta para fazer a gestão de seu rebanho e planejar o melhor momento para comercializar seu gado. “A orientação é que o produtor continue vendendo pequenos lotes, pois a oferta de boi gordo vai continuar restrita nos próximos anos. Ele tem o comando do seu negocio e não precisa trabalhar com a pressão do mercado, principalmente dos frigoríficos, e nem fazer previsões de mercado baseado em palpites”, comentou Campiolo. As informações são de assessoria de imprensa.
FONTE: Agrolink
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