O Estado de S.Paulo - A aprovação do relatório que modifica o Código Florestal foi comemorada por entidades ligadas ao agronegócio; ao mesmo tempo, foi considerada um retrocesso por representantes da sociedade civil, como ONGs e universidades.
"Inegavelmente, o texto é um avanço e vai diminuir a pressão que hoje pesa sobre os agricultores brasileiros que estão produzindo na ilegalidade", afirma Assuero Doca Veronez, vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Segundo ele, as mudanças propostas devem tornar a agricultura brasileira mais competitiva e não devem permitir novos desmatamentos, apenas a "consolidação" de áreas que foram desmatadas. "O texto não muda os porcentuais de reserva legal nas propriedades, por isso não levará a novos desmatamentos", diz Veronez.
A opinião é compartilhada por Cesário Ramalho da Silva, presidente da Sociedade Rural Brasileira. "O Brasil precisava dessa atualização, que tira da ilegalidade 60% das propriedades agrícolas ", afirma.
"Rolo compressor." Para Thomas Lewinsohn, do Instituto de Biologia da Unicamp, a aprovação do relatório deve, ao contrário do que dizem os ruralistas, reduzir a competitividade da agropecuária brasileira. "A aprovação desse texto foi um rolo compressor. Boa parte do conhecimento acadêmico produzido no Brasil foi ignorado", diz ele, que também é presidente da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco). "Essa permissividade no trato com as questões ambientais será cobrada do Brasil, e os próprios produtores rurais serão penalizados."
Segundo a ONG WWF, o novo Código Florestal pode levar ao desmatamento de 70 milhões de hectares, só na Amazônia.
FONTE: Estadão
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