Contrariamente ao que se podia prever, o preço do gado para abate praticamente não baixou no pico da safra no Uruguai, em abril e maio, quando a oferta dos frigoríficos aumentou, mas logo se recuperou.
Na terceira semana de junho, todas as categorias mantiveram um moderado aspecto de alta, enquanto a indústria procura regular a demanda em níveis restritos, trabalha com cautela, realiza abates controlados e anuncia fechamento de algumas plantas de primeira linha.
Os bons valores da carne no exterior, apesar dos conhecidos problemas apresentados na Europa, permitem manter os valores mais altos em termos históricos, se não forem considerados os descontroles de 2008.
O preço médio de exportação no Uruguai seguiu aumentando de forma sustentada ao longo desse ano, com exceções feitas à Europa. O preço médio da tonelada de peso carcaça equivalente chegou, em meados de junho, a US$ 2.834, mas em maio, a média foi 24% superior ao preço de janeiro e junho provavelmente será similar a maio.
O Uruguai completou 100% da cota Hilton, de 6.300 toneladas. O preço médio do exercício foi de US$ 11.272 por tonelada, um valor 3,9% inferior ao do exercício anterior (2008-2009), que teve alguns meses marcados pela distorção anterior à crise. Até o fim desse exercício, os negócios com a Europa registraram ajustes para baixo, mas seguem fechando negócios por volumes importantes a bons valores.
Também com Estados Unidos e Canadá os preços são interessantes, ainda que esses mercados representem atualmente a metade do volume que compra a Rússia, principal destino da carne uruguaia, com mais de 31,5% do total, em unidades físicas.
O Uruguai vende para 105 mercados, o que lhe confere uma grande força na hora de negociar: se um se retira, outro ocupa seu lugar imediatamente.
O consumo local também é importante e vem subindo devido à melhora da renda das famílias, representando pelo menos 180.000 toneladas anuais. O preço, em pesos uruguaios, da carne no mercado interno praticamente não subiu, mas com a desvalorização cambial, vale bem mais em dólares que no ano passado.
Os subprodutos da indústria, que contribuem para reduzir os custos industriais, também estão em alta. O principal produto é o couro, que no ano passado não tinha praticamente colocação e, ao longo desse ano, vem se recuperando. Com valores superiores a US$ 1 por quilo, o couro volta a representar uma porcentagem importante do valor total do bovino abatido. Também estão sendo vendidos a bons valores os miúdos e outros subprodutos.
FONTE: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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