Segundo um relatório da Associação Argentina de Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (Aacrea), até agora nesse ano, os abates de bovinos caíram em 20,5% com relação ao mesmo período de 2009. Esse dado significa "a maior queda interanual da oferta" dos últimos anos. Apesar dessa situação, o preço da carne se mantém o mesmo há cinco meses, diz o relatório. Isso porque os consumidores não parecem aceitar novos aumentos nos preços.
Segundo o relatório, o abate acumulado de 2010 totaliza até agora 5,07 milhões de cabeças, o que representa "o menor valor de abates desde 2003. Se esses níveis de abate continuarem, possivelmente seja o ano com menor oferta ao mercado", disse o relatório.
Em maio, os abates foram de 914.500 cabeças, o que significou uma queda de 5%. Esse número é o mais baixo dos últimos dois anos e "continua marcando o menor abate dos últimos anos", disse a Aacrea. Em maio, a produção foi de 202.000 toneladas de carcaça com osso. Isso indica que baixou em 2% com relação ao mês anterior. Diversos especialistas prevêem que a falta poderia se aprofundar.
"De acordo com dados do Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA), após os importantes aumentos que o preço da carne sofreu nos meses de dezembro (33%) e fevereiro (36%) passados, o mesmo se manteve entre 22,4 e 23,5 pesos (US$ 5,67 a US$ 5,95) por quilo. Isso responde à não convalidação por parte dos consumidores de novos aumentos, o que se verifica em uma baixa de consumo de 70 quilos por habitante por ano em média para 55 quilos por habitante por ano".
De acordo com o relatório, entre julho de 2009 e o mesmo mês desse ano, os preços da carne bovina aumentaram em 46%. Por outro lado, as carnes de porco e de frango aumentaram em 13% e 7%, respectivamente.
Ao considerar os preços atuais, hoje um quilo de carne bovina na Argentina equivale a quase 3 quilos de carne de frango. "Dessa maneira, a atual relação de preços carne bovina/frango (2,9) está 35% acima da relação média dos últimos cinco anos (2,14). Por outro lado, a relação carne bovina/carne suína se encontra em 0,95, 19% acima da média dos últimos cinco anos". Nesse contexto, o relatório diz que, frente à permanente queda da oferta de carne, fica difícil o preço das carnes substitutas se manterem ou diminuirem.
Como não ocorria há anos, no setor pecuário da Argentina se vive uma situação de firmeza nos preços do gado. Até agora nesse ano, o aumento acumulado de preço do bezerro está entre 55% e 60%, dependendo do peso do animal. "O aumento com relação ao mesmo período de 2009 é de quase 140%, sendo de 132% considerando a variação em moeda constante. Assim, analisando a variação interanual do preço do bezerro nos últimos 20 anos em moeda constante, surge que a mesma no último mês foi a maior depois da variação ocorrida em fevereiro de 1992, quando o bezerro estava 222% mais caro que em fevereiro de 1991".
Hoje, a oferta de bezerros para engorda é "realmente baixa" e os preços se mantém entre 8 e 9 pesos (US$ 2,02 e US$ 2,28) por quilo. Segundo o relatório, diversas fontes consultadas "garantem que o preço do bezerro não cederá, dado que a oferta é muito escassa, esperando-se para os próximos meses que a situação fique mais aguda".
Atualmente, para repor um quilo de bezerro, os engordadores de gado precisam de 1,3 quilos de novilho. Isso significa 21% a mais que no mesmo período de 2009 e 16% a mais que a média mensal dos últimos 20 anos.
Em 20/07/10:
1 Peso Argentino = US$ 0,25344
3,92557 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
FONTE: La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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