A pecuária de corte e também o consumo de carne bovina no Brasil passará a ser consumido por um nicho social sofisticado e de maior poder aquisitivo. Essa é a opinião e expectativa do presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Ricardo Merola. “Ficará mais elitizado (a longo prazo)”, assinalou. Seria uma grande novidade nessa área de criação e tratamento de gado. A aposta de Merola está baseada em fatores como custos de produção e o aumento no número de bois confinados nos frigoríficos.
Os custos de produção para a engorda do boi deverão subir e tornar mais oneroso o quilo de carne para as donas de casa em todo o País. Esse é o primeiro sinal do que projetou o presidente da Assocon. Também a proteína de frango, chamada de alternativa, está mais barata. Logo, o mais provável é que o consumidor brasileiro com menor poder aquisitivo recorra a essa proteína para levar à sua mesa. Segundo informa a consultoria AgraFNP, o consumo per capita de frango no Brasil aumentou 300% nos últimos 20 anos.Frisando a questão dos valores, Marola afirmou que o custo do boi magro está em alta constante. As previsões não são otimistas, visto que o presidente da Assocon aposta numa queda mais drástica no ano corrente. Ele não quis adiantar números, mas os comentários variavam de 5% a 20% no volume.
Uma mudança que está ocorrendo nos confinamentos é a maior participação dos frigoríficos no sistema de engorda intensiva do gado. Estatísticas da Assocon mostram que, dos 2,3 milhões de animais confinados no País em 2009, 2,1 milhões saíram das fazendas dos produtores, enquanto 200 mil cabeças foram engordadas em áreas dos frigoríficos. O que pode acontecer no futuro é o aumento no número de cabeças de gado confinadas indo aos frigoríficos, enquanto o volume terminará caindo do lado dos produtores. O resultado imediato dessa inversão será o provável aumento nos preços por parte dos produtores, já que a oferta sofrerá quedas expressivas.
Fonte: Folha de Pernambuco
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