Interesse por genética de ponta deve manter negócios aquecidos
Mesmo com a queda de 8,29% no número de animais inscritos na Expointer 2010 - 6.137 para 5.628 exemplares-, muitos criadores mantêm otimismo em relação aos negócios na feira. No caso dos ovinos, que neste ano reduziram a inscrição em 14,43%, de 998 exemplares no ano passado para 858 animais, nessa edição, o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Schwab, aposta em resultados financeiros em função da qualidade genética do rebanho apresentado. "Há possibilidade de superar o volume fechado em 2009, pois a ovinocultura atravessa uma fase de crescimento."
Segundo ele, o mercado para a carne, lãs finas e leite oriundos da atividade está aquecido, o que leva à necessidade de aquisição de animais para a composição dos rebanhos. Na opinião de Schwab, o menor volume de animais se deve ao fato de que, a partir deste ano, só podem participar animais PO (Puro de Origem), eliminando assim os RGB (Puro por Cruza) e os Provisórios 1 e 2. "Neste ano os criadores inscreveram somente o número de animais que pretendem levar", complementou.
Os animais da raça Holandesa também apresentaram redução expressiva na adesão do evento, ultrapassando os 30%. No entanto, o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando), José Ernesto Ferreira, acredita que a crescente demanda pela produção de leite no Estado deve manter os investimentos em genética.
"Os produtores sabem que precisam aumenta produção, por isso apostamos em bons negócios, mesmo com menos inscritos", disse o dirigente, que também atribui a ausência de exemplares da raça à queda dos preços do leite pagos aos produtores, que acumula 20% desde abril deste ano.
No caso do Angus, foi registrada uma pequena queda no número de animais de argola, de 292 em 2009 para 288 na edição atual. No, entanto, a Associação Brasileira dos Criadores de Angus (ABA) aposta no incremento significativo entre os rústicos, cujas inscrições se encerram na próxima semana. O presidente da ABA, Joaquim Mello, trabalha com um cenário otimista tanto em termos de comercialização da raça quanto de animais participantes. Ressalta que a raça irá forte para a Expointer, mantendo a raça líder em representatividade entre os exemplares de corte.
Entre as raças que mais cresceu neste ano em número de inscritos, o Hereford conta com 59 animais de argola, ante os 50 de 2009. "Esse é o número mais elevado dos últimos dez anos", disse o presidente da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), Fernando Lopa.
Segundo ele, esse incremento se deve em grande parte à conscientização dos produtores sobre a importância de se investir em genética. "A boa expectativa está ligada ainda à expansão do mercado de novilhas e vacas de abate", afirmou. No caso do Braford, foram 68 inscritos, ante 58 do ano passado. No total, a associação espera a participação de 400 animais, incluindo os rústicos.
FONTE: Jornal do Comércio
Autor: Ana Esteves
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