sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nova frente fria torna ameaçar rebanho


Pecuaristas estão em alerta já que o gado doente, afetado pelo frio, pode não se resistir e morrer
DOURADOS – Previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta chegada de nova massa de ar fria em Mato Grosso do Sul a partir de hoje. A notícia não agrada pecuaristas do Estado, que temem novas mortes nos pastos ao mesmo tempo em que torcem para que as temperaturas não caiam tanto quanto na semana passada. Ao todo mais de três mil animais foram vítimas do frio. Somente em Caarapó, 840 bovinos morreram de hipotermia na semana passada, quando o frio chegou a 2 graus na região sul. De acordo com o veterinário Nilson Forenza, da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) em Caarapó, novas mortes poderão acontecer se o frio não der trégua.
Conforme Nilson, a passagem da frente fria deixou rastros de perdas no campo. "Animais que ficaram doentes por conta da queda brusca de temperatura podem não resistir a novas massas de ar frio. Por conta disso o gado poderá continuar morrendo".
A perda é total. De acordo com Forenza, a carne proveniente do gado morto por hipotermia não deve ser utilizada para o consumo. "O animal, não passou por inspeção e sangramento, o que pode levar graves problemas a saúde humana, se consumida. A contaminação é certa e por conta disso o único destino do gado deve ser o enterro", conta.
O presidente do Sindicato Rural de Caarapó, Jesus Camacho, explica que além das frentes frias, a pecuária sofre com a reserva de pastagem. Por conta da notícia de nova queda de temperatura ele afirma que alguns pecuaristas se mobilizaram para tomar medidas para reduzir os impactos para os bovinos. "Alguns estão trocando de pasto, enquanto outros produtores misturam os animais novos com os adultos, como forma de proteger os mais frágeis. Quando o número de animais é reduzido, os ruralistas levam o gado para barracões", conta.
Apesar disso, Jesus afirma que não há muito o que fazer e que os pecuaristas provavelmente continuarão reféns do tempo. "O investimento em proteção no pasto é muito alto e ainda faltam tecnologias para isto. Pouco se pode fazer", detalha, observando que ainda ontem localizou 10 novos bovinos mortos às margens de uma estrada em Caarapó.
Em todo o Estado já morreram três mil cabeças de gado, com prejuízos equivalentes a quase R$ 2 milhões. Em Dourados o Sindicato Rural não notificou nenhuma morte de gado. De acordo com o presidente da entidade, Marisvaldo Zeuli, o sindicato fará um levantamento para auxiliar os pecuaristas diante deste tipo de problema.
FONTE: JORNAL O PROGRESSO

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