segunda-feira, 19 de julho de 2010

Vacari: aumento da lista Traces depende de processo mais simples e prêmios mais altos

A provável simplificação no processo de aprovação das propriedades auditadas para exportar carne in natura para a União Europeia (UE), conforme anunciada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, deve exercer pouca influência no aumento das propriedades credenciadas em Mato Grosso.
O incremento no número de propriedades deve ocorrer se, além da celeridade nos processos, houver melhoria no valor do prêmio pago pelos frigoríficos aos pecuaristas. É o que prevê a coordenadora do Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov/MT),Patrícia Cristina Borges.
Ela comenta a instabilidade do mercado e diz que atualmente os pecuaristas autorizados a fornecer carne para o mercado europeu estão sendo remunerados a preços variáveis entre R$ 5 e R$ 7 a mais por arroba. Para ela, desde a baixa no valor dos prêmios, o fornecimento àquele mercado deixou de remunerar satisfatoriamente a atividade, exceto por enquanto no caso daqueles que praticam o confinamento, que conseguem preparar o animal para abate em até 90 dias. "Se estivessem pagando R$ 10 a arroba, seria diferente, porque há despesas com brinco, auditoria da certificadora, etc".
O superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, corrobora a opinião. "Essa ampliação no número de propriedades credenciadas depende das duas coisas, de um processo mais simples e de prêmios de melhor valor". Ele relembra que, no ano passado, apesar dos prêmios melhores, a burocracia na aprovação inibiu ao interesse dos pecuaristas. "Acho que o valor pago deveria aumentar em pelo menos 10% sobre o atual, para compensar", opina.
A coordenadora do Sisbov/MT revela que até o ano passado, o processo de publicação das propriedades auditadas demorava 20 dias para ficar pronto. "Neste ano, a publicação pela UE demorou dois meses para sair". Ela explica que a responsabilidade de publicar alista é da UE, mas a visita de Rossi a Bruxelas, Bélgica, promete dar autonomia ao governo brasileiro para que assuma essa responsabilidade, após realizadas as auditorias das propriedades consideradas aptas à exportar para a UE.

Fonte: Folha do Estado

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