terça-feira, 20 de julho de 2010

Brasileiro não conhece a origem da carne que consome, diz Idec

SÃO PAULO - Quase um ano após assinarem acordos com o Ministério Público Federal (MPF) e a ONG Greenpeace, os frigoríficos avançaram no processo de monitorar seus fornecedores de carne na Amazônia, mas o consumidor continua sem informações socioambientais concretas para decidir sua compra. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com frigoríficos e supermercados.
Entre os meses de abril e maio, o Idec enviou questionários a 8 frigoríficos e 12 redes de supermercados para saber o grau de comprometimento das empresas com os acordos para frear o desmatamento na Amazônia. Entre os frigoríficos, cinco responderam ao estudo - Marfrig, Frigol, Minerva, Mafrinorte e Independência. Entre as redes do varejo, quatro se manifestaram: Pão de Açúcar, Wal-Mart, Carrefour e Comper.
"Houve avanços no monitoramento da cadeia da carne. Mas essa informação não está chegando ao consumidor, pois ainda não é possível rastrear a totalidade da carne que está nas prateleiras do supermercado", diz Adriana Charoux, do Idec, responsável pelo levantamento.
Segundo Adriana, redes como o Carrefour afirmaram que hoje conseguem rastrear 40% da carne bovina vendida nas lojas. O Wal-Mart suspendeu a compra de carne dos frigoríficos até que eles assinem os compromissos públicos. "Outra novidade é que redes como o Pão de Açúcar já pagam um valor adicional aos pecuaristas que produzem carne dentro de critérios de responsabilidade socioambiental. Tudo isso mostra que houve avanços no último ano, mas é preciso mais", diz Adriana.
Carne Legal - A campanha Carne Legal, lançada há pouco mais de um mês pelo MPF para orientar o consumidor quanto à origem da carne que consome, está sendo questionada na Justiça pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). A presidente da entidade, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), ajuizou semana passada, na Justiça Federal de Brasília, uma ação popular contra quatro membros do MPF, responsáveis pela campanha.
Segundo a entidade, o material publicitário produzido pelo MPF, que associa a cadeia produtiva da carne ao desmatamento ilegal na Amazônia, não se baseia em dados oficiais.
Por Andrea Vialli, Agência Estado.

Fonte: JC Online - (blog Ciência e Meio Ambiente)

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