As autoridades sanitárias da China buscam aumentar os controles sobre os certificados que acompanham os embarques de carne que entram via Hong Kong e fecharam temporariamente a entrada por essa via.
A Direção de Controle de Qualidade e Quarentena da China paralisou a entrada de contêineres com carne e miúdos visando aumentar os controles dos certificados que entram com essas mercadorias através do porto de Hong Kong. A China é o principal mercado para miúdos (ovinos e bovinos) do Uruguai e para alguns outros cortes, já que, em outros destinos, esses obtêm um preço menor. O Ministério da Pecuária uruguaio estima que a medida será "temporária".
A paralisação não está afetando somente as mercadorias enviadas pelo Uruguai, mas também, recai sobre outros fornecedores da América do Sul, mas o que mais preocupa a nível de operadores é que também foram fechados os pedidos. Caso se prolongue o fechamento temporário da China, todos os negócios terão que ser avaliados individualmente, para ver se a mercadoria pode ser redirecionada a outros mercados que também podem absorvê-la, ainda que paguem valores menores. Do contrário, deverão voltar aos portos de origem, ocasionando mais gastos.
O diretor de Assuntos Internacionais do Ministério da Pecuária do Uruguai, Mario Piacenza, disse que as autoridades chinesas tomaram a mesma decisão há alguns meses para controlar os certificados dos produtos lácteos. Ele disse que o Governo uruguaio está trabalhando para solucionar o problema. "Estamos trabalhando sobre como vamos instrumentar a informação que as autoridades da China pedem".
Ainda não foram quantificados os contêineres com carne e miúdos uruguaios que estão em viagem e que sofrerão a restrição, mas a demanda estava crescendo nos últimos meses. Além de miúdos e de cortes de menor qualidade, também há frigoríficos que fazem negócios nesse mercado com cortes de alto valor. Inclusive, no marco da Expo Shanghai, o Uruguai tem um restaurante gourmet que está vendendo carne uruguaia com muito êxito e para onde se destinam cortes de alta qualidade.
Segundo dados do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), até 10 de julho, a China importou um total de 11.520 toneladas peso carcaça por US$ 21,8 milhões. A venda de carne e miúdos a esse destino cresceu com relação a 2009, quando foram exportadas 10.104 toneladas peso carcaça por US$ 17,7 milhões. À medida que aumenta o poder aquisitivo da população chinesa, maior é o consumo de proteínas de origem animal na dieta e, por isso, a indústria uruguaia está focando cada vez mais esse mercado. Estima-se que o crescimento será maior nos próximos anos.
FONTE: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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